Dois deputados judeus visitam Esplanada das Mesquitas em Jerusalém

Os palestinos consideram essas visitas uma provocação e uma intromissão dos israelenses no lugar sagrado
AFP
Publicado em 29/08/2017 às 8:43
Os palestinos consideram essas visitas uma provocação e uma intromissão dos israelenses no lugar sagrado Foto: Foto: Pixabay


Dois deputados judeus israelenses foram à Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, nesta terça-feira (29), a primeira vez desde 2015, depois que as autoridades suspenderam parcialmente uma proibição imposta para evitar tensões com os muçulmanos - informaram a Polícia e jornalistas da AFP.

Os palestinos consideram essas visitas uma provocação e uma intromissão dos israelenses no lugar sagrado.

Segundo a Polícia, o deputado de direita Shuli Moalem-Refaeli visitou a Esplanada, terceiro lugar sagrado do Islã, conhecido como Monte do Templo para os judeus, que o consideram como seu lugar mais santo.

O deputado Yehuda Glick, que milita pelo direito dos judeus a rezar nesse local, também esteve na Esplanada. Sua visita não causou nenhum incidente além dos gritos de "Deus é grande" lançado por alguns fiéis muçulmanos presentes na área.

Os judeus têm direito a visitar o recinto religioso em determinadas horas do dia, salvo os deputados que não podem fazê-lo desde 2015. E apenas os muçulmanos têm direito a rezar lá.

Ao deixar o lugar, Glick reconheceu, porém, que, após caminhar descalço pela Esplanada, rezou por sua mulher, que está em coma, por sua família e por Israel.

Ele e Moalem-Refaeli aproveitaram a recente decisão do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de suspender durante um dia, como um teste, a proibição de visita para os deputados judeus. A medida foi tomada em outubro de 2015, após tensões entre israelenses e palestinos.

Centro do conflito

Situada em Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade anexada e ocupada por Israel, a Esplanada está no centro do conflito entre israelenses e palestinos. As forças israelenses controlam seus acessos, mas é a Jordânia que administra o local por motivos históricos.

O temor de que Israel se aproprie do lugar costuma mobilizar os palestinos, como aconteceu no final de 2015, ou durante duas semanas em julho de 2017. O governo israelense nega ter a intenção de mudar o status quo em vigor na Esplanada.

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