O ministro israelense da Defesa, Avigdor Lieberman, denunciou nesta terça-feira (29) as colônias "selvagens" construídas na Cisjordânia ocupada, aparentemente contradizendo as declarações do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que descartou um dia antes qualquer desmantelamento dessas construções.
Israel faz uma distinção entre as colônias reconhecidas, as que obtiveram as autorizações necessárias, especialmente do Ministério da Defesa, e as "selvagens", construídas por colonos sem permissão. Mas a Cisjordânia é um território ocupado pelo Estado hebreu desde 1967 e segundo o Direito Internacional todas as colônias são ilegais.
Citado pela rádio militar, Lieberman considerou a jornalistas que os assentamentos selvagens "provocaram importantes danos à colonização".
Na segunda-feira (28), Netanyahu deu a entender que as colônias eram legítimas, sem fazer diferença entre as "legais" e as "selvagens".
"É a nossa terra. Voltamos aqui [Cisjordânia] para ficar. Não arrancaremos mais assentamentos da terra de Israel", advertiu o primeiro-ministro durante discurso em uma colônia da Cisjordânia.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, de visita a Ramallah, na Cisjordânia, insistiu nesta terça que a colonização, ou seja, os assentamentos civis israelenses em territórios ocupados, constitui um "grande obstáculo" para a paz.