Um sacerdote que ocupa um posto diplomático do Vaticano em Washington, suspeito de ter buscado imagens de pornografia infantil, foi convocado pela Santa Sé após a abertura de uma investigação, anunciou nesta sexta-feira (15) a assessoria de imprensa do Vaticano.
Washington pediu ao Vaticano que retire a imunidade diplomática do sacerdote, o que a Santa Sé não fez. Por esta razão, o suspeito pode deixar o país, segundo explicou à AFP um funcionário do departamento de Estado americano.
"Os Estados Unidos apresentaram uma solicitação oficial à Nunciatura para que a imunidade diplomática deste indivíduo seja retirada, mas a Nunciatura se negou a fazê-lo", informou.
O serviço de imprensa do Vaticano já havia anunciado que o núncio apostólico tinha sido convocado e que uma investigação foi aberta.
"No dia 21 de agosto, o departamento de Estado americano informou, por via diplomática, sobre uma possível violação das leis sobre imagens de pornografia infantil por parte de um membro do corpo diplomático da Santa Sé residente em Washington", declarou o Vaticano em comunicado.
Após o ocorrido, a Santa Sé "convocou o sacerdote em questão, que atualmente se encontra na Cidade do Vaticano".
As informações coletadas pelos Estados Unidos foram enviadas ao procurador do Vaticano, que "abriu uma investigação e já conta com a colaboração internacional para obter elementos a respeito desse caso", acrescentou o comunicado, ressaltando o caráter confidencial dessa investigação preliminar.
Um núncio polonês, acusado de pedofilia, Josef Wesolowski, foi convocado em caráter de emergência em 2013 pelo Vaticano, após informações da imprensa de que teria mantido relações sexuais com menores de idade.
Ele foi julgado e punido em junho de 2014 pela Congregação para a Doutrina da Fé, que o rebaixou ao estado laico, a máxima punição para um prelado.
O papa Francisco também ordenou que o mesmo fosse julgado criminalmente por abuso sexual contra menores, mas Wesolowski morreu em agosto de 2015, aos 67 anos, pouco antes da abertura do processo.