"Prepare-se, Maduro", adverte o prefeito opositor refugiado em Madri

Antonio Ledezma está refugiado desde sábado na Espanha. O prefeito foi detido em fevereiro de 2015
AFP
Publicado em 20/11/2017 às 17:21
Antonio Ledezma está refugiado desde sábado na Espanha. O prefeito foi detido em fevereiro de 2015 Foto: Foto: AFP


O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, opositor venezuelano refugiado desde sábado na Espanha, prometeu nesta segunda-feira (20) lutar sem descanso contra o presidente presidente venezuelano, a quem enviou uma mensagem: "Prepare-se, Maduro".

"Não viemos aqui para sermos protagonista de um exílio dourado, viemos para trabalhar", afirmou Ledezma em coletiva de imprensa em Madri junto ao ex-presidente colombiano Andrés Pastrana e o dirigente do Partido Liberal espanhol Albert Rivera.

"Prepare-se, Maduro, porque agora você vai ouvir o roncar dos motores do exíliio venezuelano que vai se organizar em todo mundo para divulgar a verdade", acrescentou.

Ledezma explicou ter fugido da Venezuela para a Colômbia na sexta-feira passada (17) graças à colaboração de militares venezuelanos e prometeu que não se sentirá livre "até que tenham saído das prisões todos os presos políticos" de seu país.

"Todas as instituições do mundo são conscientes que sofremos na Venezuela uma terrível tirania", afirmou, acrescentando que o governo socialista de Nicolás Maduro é cúmplice do tráfico de drogas e pela desnutrição de mais de 300.000 crianças.

Acusado de fazer parte de uma suposta conspiração contra Maduro, o prefeito foi detido em 19 de fevereiro de 2015.

Dois meses depois, chegou a ser colocado em prisão domiciliar por questões de saúde. Em agosto, porém, foi levado para prisão militar Ramo Verde, nos arredores de Caracas, depois que o Tribunal Supremo de Justiça revogou essa condição, acusando-o de planejar fugir.

O governo da Venezuela criticou o chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, por ter recebido no sábado o prefeito opositor.

A chancelaria expressou seu "rechaço" à audiência que Rajoy concedeu a Ledezma pouco depois de o dissidente venezuelano ter aterrizado no aeroporto de Barajas procedente de Bogotá, segundo um comunicado.

O governo do presidente Maduro acusou Rajoy de proteger um "grupo extremista da oposição violenta venezuelana", que promove a desestabilização do Executivo.

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