Ao menos mil artistas norueguesas denunciaram estupros, agressões e assédio sexual em artigos publicados nesta quinta-feira (23) na imprensa.
"A vergonha e o sentimento de culpa devem voltar ao seu lugar: aos que assediam e aos que os protegem", afirmaram 295 cantoras em um artigo publicado no jornal Aftenposte.
Em outro artigo, mais de 700 artistas indicaram que "não existe nenhum motivo para pensar que o mundo da música é melhor aqui", um dos países líderes em igualdade de sexo.
A Noruega é o segundo país mais igualitário do mundo, segundo um relatório recente do Fórum Econômico Mundial (WEF), que levou em conta sobretudo as desigualdades salariais e o papel das mulheres no mundo político e econômico.
Junto com as acusações, o Aftenposten publicou uma série de testemunhos anônimos de artistas que foram vítimas de violência, pressões e humilhações de caráter sexual.
"Em Oslo, sofri uma agressão por parte de um conhecido", afirma uma artista. "Pensei, como outros, que era algo frequente e que não valia a pena denunciá-lo".
"Durante toda a minha carreira, recebi comentários sobre minha aparência e minha sexualidade", diz uma cantora. "Recebi um grande número de mensagens de colegas sobre meu físico e nada sobre meu trabalho".
Estes depoimentos chegam após uma demanda similar de mais de 500 atrizes norueguesas, na semana passada.
Na vizinha Suécia, cerca de 2.000 artistas também denunciaram abusos.
As denúncias de assédio sexual se multiplicaram no mundo todo depois que o poderoso produtor americano Harvey Weinstein foi acusado por uma centena de mulheres.