Começa julgamento do vice-presidente do Equador por caso Odebrecht

Jorge Glas e outros denunciados respondem por suborno pegos pela Odebrecht
AFP
Publicado em 24/11/2017 às 15:19
Jorge Glas e outros denunciados respondem por suborno pegos pela Odebrecht Foto: Foto: AFP


Começou nesta sexta-feira (24), em Quito, o julgamento do vice-presidente do Equador Jorge Glas e de outros oito denunciados por associação criminosa no escândalo de subornos pagos pela Odebrecht.

Glas, em prisão preventiva desde 2 de outubro, clamou inocência pouco antes do início da audiência na Corte Nacional de Justiça. 

"Começa o julgamento da história. O povo equatoriano esperou e esperou as provas contra o vice-presidente e as provas nunca apareceram", declarou Glas à imprensa.

Ele é o político de mais alto escalão em atividade a ser julgado neste mega-caso, que afeta 12 países da América Latina e da África.

A Procuradoria afirma que Glas recebeu através de um tio, Ricardo Rivera, também detido e em julgamento, um total de 13,5 milhões de dólares em subornos por contratos obtidos pela Odebrecht no Equador.

Segundo fontes judiciais, o processo pode prolongar-se por várias semanas. Se forem considerados culpados, Glas e os outros envolvidos, entre eles dois ex-diretores da petrolífera estatal venezuelana PDVSA, que estão foragidos, correm o risco de pegar de três a cinco anos de prisão.

A prisão preventiva e o processo contra o vice-presidente têm como pano de fundo o racha do movimento governista Aliança País - no poder desde 2007 - entre os partidários do presidente Lenín Moreno e os do ex-presidente Rafael Correa, o grande aliado de Glas.

Correa, que em várias ocasiões disse que não existem provas contra Glas, sustenta que Moreno, que foi seu vice-presidente entre 2007 e 2013, se aliou à oposição tradicional e se utiliza da luta contra a corrupção para desprestigiar seu governo e afastá-lo da política.

"Há um inocente detido. O Equador tem presos políticos", declarou o ex-presidente, que deve retornar no sábado ao país depois de permanecer seis meses na Bélgica, para onde se mudou após deixar o cargo.

Logo após o início da audiência, o vice-presidente pediu a palavra para esclarecer que não é de seu interesse nem de sua defesa "prolongar o processo", depois que seu advogado apresentou um recurso contra um dos três juízes do caso.

"Estou preso injustamente", acrescentou Glas, que critica a Procuradoria por se abster de acusar o delator e ex-diretor da Odebrecht no Equador, José Conceição Santos Filho.

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