Camargo Corrêa é acusada de pagar propina para ex-presidente do Peru

A construtora é acusada de pagar propina de US$ 3,9 mi a ex-presidente
Agência Brasil
Publicado em 25/11/2017 às 11:50
A construtora é acusada de pagar propina de US$ 3,9 mi a ex-presidente Foto: Foto Marcello Casal Jr./ABr


A construtora Camargo Corrêa pagou uma propina de pelo menos US$ 3,9 milhões ao ex-presidente do Peru Alejandro Toledo, através de empresas no exterior do empresário israelense Josef Maiman, suposto testa de ferro do antigo governante, anunciou a Promotoria peruana.

As informações são da agência de notícias EFE, a agência acrescenta que o pagamento ilícito foi feito em troca de favorecer para a construtora na licitação do trecho 4 da Estrada Interoceânica do Sul, que atravessa o território peruano da costa do Pacífico até sua fronteira com o Brasil.

As empresas localizadas em paraísos fiscais são Trail Bridge Ltd e Warbury & Co, ambas vinculadas a Maiman. Ele colabora com a Promotoria peruana para esclarecer a rota das propinas.

A quantia recebida por Toledo nesta operação pode alcançar US$ 5,4 milhões, equivalentes a 5% do contrato para a construção da estrada, segundo publicou o jornal La República, de Lima. Uma Unidade Especial da Promotoria, que investiga a irregularidade, concluiu que a Camargo Correa teria utilizado o mesmo sistema de pagamento no escândalo da Petrobras, caso similar de corrupção ocorrido com a petrolífera brasileira.

Empresas de operadores participaram da ação

Para realizar os pagamentos ilícitos, a construtora supostamente recorreu a Julio Gerin de Almeida Camargo para atuar como intermediário, e isso, por sua vez, para as empresas dos operadores "Jorge e Raul Davies", do Grupo Davies.

Por conta desses indícios, a promotoria ampliou a investigação que segue Toledo no caso Camargo Corrêa, para acusá-lo de crime de lavagem de dinheiro, que se soma ao de colusão (acerto entre partes para enganar e prejudicar terceiros). Na mesma investigação, também estão acusados Sergio Bravo Orellana, Alberto Pascó-Font Quevedo, John Barclay Méndez e Marcos de Moura Wanderley.

Sobre Toledo, existe desde fevereiro um mandado de prisão internacional pelo caso Odebrecht, outra construtora que supostamente pagou propinas no valor de US$ 20 milhões para vencer a licitação de outros trechos da Interoceânica do Sul. O ex-presidente peruano está na Califórnia, nos Estados Unidos, onde reside.

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