O democrata John Conyers, membro mais antigo do Congresso dos Estados Unidos e icônico líder dos direitos civis, renunciou às suas funções como membro de uma comissão para enfrentar acusações de assédio sexual.
Apesar de ter negado as denúncias, Conyers, de 88 anos, disse que vai deixar de integrar a Comissão de Assuntos Jurídicos da Câmara de Representantes, enquanto tenta defender seu nome no Comitê de Ética. Ele vai manter seu cargo no Congresso.
Os líderes do Comitê de Ética indicaram, na terça-feira passada (21), que vão investigar as acusações contra Conyers de abuso sexual e discriminação de membros do Congresso e uso de recursos oficiais "para fins pessoais inadmissíveis".
No comunicado, Conyers afirmou que as acusações "se baseiam em documentos obtidos por um blogueiro de extrema-direita". O BuzzFeed News, que revelou as denúncias, indicou que recebeu os documentos de Mike Cernovich, comentarista de extrema-direita.
A líder da oposição democrata na Câmara dos deputados, Nancy Pelosi, disse, no domingo, que Conyers merece "o processo devido", enquanto o Comitê de Ética realiza sua investigação, e descreveu o deputado como um "ícone" que trabalhou muito pela causa das mulheres.
No Twitter, contudo, Pelosi escreveu: "Não importa a relevância de um legado individual, isso não é desculpa para assédio".
As denúncias de abuso sexual e conduta indevida abalaram os partidos democrata e republicano, aumentando a pressão sobre políticos como Conyers e o senador Al Franken para deixaram seus cargos e para o republicano Roy Moore renunciar a sua candidatura ao Senado pelo estado do Alabama.