As autoridades migratórias americanas prenderam no ano fiscal de 2017 (de outubro a setembro) 143.470 pessoas, com um aumento de 30,3% em relação ao ano anterior, segundo dados oficiais divulgados nessa segunda-feira (4).
O Serviço de Imigração (ICE) destacou que o sensível aumento é resultado direto do decreto assinado pelo presidente Donald Trump em 25 de janeiro e que determinou um reforço no controle, na prisão e remoção de estrangeiros em situação irregular.
De acordo com as estatísticas do fim do ano fiscal, 92% dessas prisões se referem a imigrantes em situação irregular e já condenados criminalmente, ou à espera de uma condenação.
O diretor interino do Serviço de Imigração, Thomas Homan, disse que a sequência estatística muda bruscamente de tendência a partir do início de fevereiro, quando a ordem de Trump de reforçar a vigilância entrou em vigor.
Homan apontou que se considerarem somente o período entre 20 de janeiro - posse de Trump - até o fim do ano fiscal, em setembro, foram presos 110.568 estrangeiros já condenados, ou à espera de uma sentença.
"Isso representa um aumento de 42% nas prisões de criminosos em relação ao mesmo período do ano anterior", apontou o funcionário.
No entanto, a Patrulha Fronteiriça interceptou 310.531 pessoas que tentavam entrar clandestinamente no país. Quase 98% dessas prisões (303.916, precisamente) foram registradas na fronteira com o México.
Em geral, os números mostram que enquanto a Patrulha Fronteiriça experimentou uma leve redução no número de capturas, como resultado de uma onda migratória menos intensa, o Serviço Migratório fortaleceu suas operações no interior do país.
Mas apesar do forte aumento no número de prisões, as estatísticas mostram que o volume de remoções, ou deportações, também diminuiu ligeiramente. No ano fiscal anterior, o país expulsou 149.821 pessoas, e esse número caiu para 128.765.
Na opinião de Homan, "o número de expulsões diminuiu porque as fronteiras estão melhor controladas do que estiveram nos últimos 45 anos".
Do total de pessoas expulsas pelo ICE, nada menos que 56% são mexicanos. Se somarem os países do Triângulo Norte da América Central (Guatemala, Honduras e El Salvador) esse total alcança a cifra impressionante de 90% dos deportados do país.