Centenas de pessoas participaram de uma celebração ao Ano Novo chinês em Sydney, na Austrália, nesta sexta-feira (23). Animais gigantes iluminados tomaram o pátio do Porto de Darling e encantaram os visitantes. O evento que comemora o Ano do Cão segue até a segunda-feira (26) e a expectativa dos organizadores é de que mais de 150 mil pessoas participem.
O ano do Cão começou no dia 16 de fevereiro na China, uma ocasião para a volta de milhões de pessoas ao aconchego da família, para acompanhar o programa de televisão de maior audiência do mundo e para distribuir os esperados "envelopes vermelhos" por via eletrônica.
Confira abaixo algumas curiosidades do Ano Novo chinês:
- O cão, leal, mas teimoso -
De acordo com o ciclo do calendário lunar, o Ano do Galo dá passagem ao do Cão. Segundo os arquétipos astrológicos, pessoas nascidas no ano do Cão são diretas e leais, com um apurado senso de justiça, mas também são conhecidas por serem teimosas e irritáveis.
Os adivinhos de Hong Kong preveem um ano complicado, no qual as garras estarão de fora: o presidente americano, Donald Trump, por exemplo, nasceu em 1946 sob a regência do signo de um "cão de fogo", o qual se oporá ao elemento de "terra", que prevalecerá em 2018...
Em sua homenagem, foi erguida uma enorme estátua em um shopping em Taiyuan, no norte da China, representada por um cão com a efígie de Trump, ostentando seu característico topete dourado.
- Maior migração -
Milhões de chineses voltam para sua região de origem para celebrar o novo ano em família, a maior migração humana do mundo.
De 1º a 10 de fevereiro, 732 milhões de viagens já foram realizadas de carro, avião, trem, ou navio, embora os feriados oficiais tenham começado apenas nesta quinta (15). Em 2017, três bilhões de viagens foram computadas durante todo período de Ano Novo.
O fenômeno é um teste de fogo para a rede de transportes, com trens lotados, onde se aglomeram muitos passageiros sem assento, suas enormes bagagens e muito macarrão instantâneo para o lanche de viagem.
- Pequim sem fogos de artifício -
Depois do jantar do réveillon, onde os raviólis têm lugar de honra, a tradição é queimar fogos de artifício depois da meia-noite para espantar os "maus espíritos".
Em Pequim, porém, a noite do Ano Novo foi incomumente silenciosa: preocupada com conter a concentração de poluição de inverno, a capital e outras 450 cidades chinesas proibiram o uso de morteiros e de fogos de artifício, sobre uma vigilância estrita.
Resultado: ruas desertas, em franco contraste com o barulho ensurdecedor dos anos anteriores. Em vez disso, os moradores de Pequim se divertiram nas "feiras dos templos" - grandes quermesses com jogos, artesanato e gulodices.
- Celebridades e política na TV -
Este é o programa de televisão de maior audiência do mundo.
Acompanhado em família, a noite de Réveillon no canal público CCTV vê seu sucesso ruir diante dos mais jovens, mas mantém uma audiência considerável, com cerca de 700 milhões de telespectadores anunciados em sua edição 2017. O Super Bowl americano - outro grande evento televisivo de alcance mundial - bateu um rating de 103 milhões recentemente.
Todo o ano, há 35 anos, o programa propõe uma mistura de cantores populares, esquetes, apresentações de minorias étnicas e números edificantes que celebram em música os slogans políticos do regime comunista.
Para o Ano do Cão, o programa da CCTV garantiu um estrondoso sucesso, ao reunir duas estrelas da música, pela primeira vez em duas décadas: Faye Wong e Na Ying.
Mas o Partido não ficou atrás: outras músicas evocaram a "nova era" promovida pelo presidente Xi Jinping, ou seu projeto nacional de infraestrutura.
- Guerra dos 'envelopes vermelhos' -
Seguindo a tradição chinesa, no fim do ano, oferece-se dinheiro em "envelopes vermelhos".
Agora, porém, esses "agrados" são enviados majoritariamente de forma eletrônica, pelos smartphones, com uma alternativa lúdica de deixar uma quantia surgir de forma alternativa entre vários amigos.
E isso acontece, aproveitando-se as plataformas de pagamento online: WeChat, o aplicativo de mensagens do grupo Tencent, ou ou Alipay, administrada pelo gigante do comércio eletrônico Alibaba.
Esses dois pesos-pesados da Internet se mantêm, ano a ano, em uma ferrenha batalha, distribuindo generosamente seus próprios vales-presente para atrair usuários para seus sistemas de pagamento.
Em 2017, 46 bilhões de "envelopes vermelhos" foram trocados pelos usuários do WeChat em seis dias.