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Ataque atribuído ao ELN deixa 5 militares mortos na Colômbia

A carga explosiva foi ativada durante a passagem um veículo com os militares
AFP
Publicado em 27/02/2018 às 13:32
A carga explosiva foi ativada durante a passagem um veículo com os militares Foto: Foto: AFP/Edward Robles


Cinco militares morreram e dez ficaram feridos em um ataque com explosivos atribuído a membros rebeldes do Exército da Libertação Nacional (ELN ) e realizado na terça-feira, na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela.

Os soldados se deslocavam em caravana quando a carga explosiva foi ativada na passagem do primeiro veículo, segundo o comandante do exército, general Ricardo Gómez.

"Temos cinco homens mortos e dez feridos. Eles cumpriam uma atividade operacional de controle de rotas na zona rural do município de Tibú", no departamento de Norte de Santander, declaró o oficial à W Radio.

Gómez assinalou que o ELN como provável responsável pelo ataque, que acontece 24 horas depois desse grupo guerrilheiro anunciar uma trégua unilateral entre 9 e 13 de março, por ocasião das legislativas de domingo, dia 11.

"A hipótese mais provável aponta para a Frente Juan Fernando Porras Martínez, chefiada por Gonzalo Satélite, que já atuam nesse setor", acrescentou o chefe militar.

A nova demonstração de força acontece a 40 km da fronteira com a Venezuela, e faz parte de uma intensificação do conflito com ELN depois de um cessar-fogo bilateral em 10 de fevereiro.

Em função de vários atentados com explosivos, que deixaram militares mortos, o governo do presidente Juan Manuel Santos congelou os diálogos de paz com o ELN.

Mas, na véspera, o comando do ELN anunciou um cessar-fogo de suas atividades armadas durante as eleições legislativas.

A última guerrilha da Colômbia também defendeu a retomada dos diálogos de paz com o governo Santos.

As conversações foram instaladas em Quito há um ano.

"Esse é o tipo de gesto que nós estávamos pedindo", afirmou o chefe de Estado ao ser inteirado da decisão, acrescentando que tomará uma decisão após avaliar detalhes.

Ambas as partes se mostraram dispostas a acertar um novo cessar-fogo e retomar os diálogos, no entanto a delegação governamental permanece na Colômbia.

"Propomos ao presidente Santos fixar uma data de início do Quinto Ciclo de conversações para que envie sua Delegação de Diálogo a Quito", assinalou o ELN em seu comunicado.

O presidente colombiano, Prêmio Nobel da Paz 2016 por seus esforços para finalizar o confronto armado em seu país, busca alcançar com o ELN um acordo similar ao assinado no final de 2016 com as Farc, já desarmadas e transformadas em partido político.

Depois do histórico pacto, as ex-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) participarão nas eleições legislativas de março e nas presidenciais de maio, nas quais os colombianos elegerão o sucessor de Santos.

Os ex-guerrilheiros têm garantidos 10 cadeiras no Congresso, apesar de terem de participar igualmente na votação, segundo o combinado depois de quatro anos de negociações em Havana.

Santos, que em agosto conclui seu segundo mandato de quatro anos, está impedido por lei de se candidatar a outro período presidencial.

A Colômbia quer por fim a um conflito armado que em meio século deixou cerca de oito milhões de vítimas entre mortos, desaparecidos e deslocados.

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