Polícia alemã descarta ataque terrorista em Münster

"Não há nenhum indício por enquanto de uma conexão islamita", informou Herbert Reul, ministro do Interior da Renânia do Norte-Westfália, a região onde fica Münster
AFP
Publicado em 07/04/2018 às 19:33
"Não há nenhum indício por enquanto de uma conexão islamita", informou Herbert Reul, ministro do Interior da Renânia do Norte-Westfália, a região onde fica Münster Foto: Foto: Reprodução/Twitter


Um alemão matou, neste sábado (7), duas pessoas ao investir sua caminhonete contra a varanda de um restaurante em Münster, no noroeste da Alemanha, e depois se suicidou, um acontecimento ante o qual as autoridades descartaram a possibilidade de um atentado islamita.

Atentado

"Não há nenhum indício por enquanto de uma conexão islamita", informou Herbert Reul, ministro do Interior da Renânia do Norte-Westfália, a região onde fica Münster. Reul acrescentou que o motorista do veículo era "um cidadão alemão e não, como se afirmou, um refugiado".

Vários meios alemães, entre eles o jornal Süddeutsche Zeitung e a rede de televisão pública ZDF, identificaram o homem como Jens R., nascido em 1969, acrescentando que ele sofria de problemas psicológicos.

ZDF assegurou que ele tinha tentado se suicidar recentemente e que o veículo, uma caminhonete cinza-escuro, segundo as fotografias tiradas no local, estava registrada em seu nome. Segundo a rede n-tv, recentemente tinha anunciado também sua intenção de se suicidar e de comunicar isso ao maior número possível de pessoas. A polícia não quis confirmar estas informações por enquanto.

O homem arremeteu a caminhonete contra os clientes que estavam na varanda de um restaurante movimentado, frequentado sobretudo por turistas, no centro desta cidade de 300.000 habitantes.

Após anunciar um balanço de ao menos três mortos, as autoridades o revisaram para baixo, indicando que há dois mortos e 20 feridos, "um dezena" deles em estado grave.

Segundo declarações do ministro regional do Interior ao jornal Westfälische Zeitung, os falecidos eram funcionários do restaurante. Pouco depois do atropelamento, o agressor se suicidou com um tiro "em seu veículo" perto do estabelecimento, segundo as autoridades.

Varandas cheias

Os fatos ocorreram às 15H30 (10H30 em Brasília) no centro de Münster, em um momento em que as varandas dos bares e restaurantes estavam cheias, em um dia de sol.

"Escutamos um forte barulho e gritos, e chegou a polícia", contou à rede n-tv um funcionário do restaurante. "Muita gente gritava, estou indignado, é totalmente covarde fazer algo assim", acrescentou.

A chegada do veículo a toda velocidade na praça histórica causou pânico entre os transeuntes. Nas redes sociais, circularam imagens que mostravam cadeiras derrubadas e quebradas. Pouco depois, bombeiros e policiais, alguns fortemente armados, foram enviados à zona.

Merkel, "comovida"

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse estar "profundamente comovida" com "os terríveis acontecimentos" de Münster. "Será feito todo o necessário para esclarecer este acontecimento e apoiar as vítimas e seus familiares", disse a chefe do Executivo alemão no Twitter. Este último episódio acontece em um contexto de tensão na Alemanha.

Há um ano e meio, as autoridades estão em alerta, devido a vários atentados islamitas cometidos, ou planejados no país, especialmente o de um caminhão que atropelou e matou 12 pessoas em uma feira natalina em Berlim, em dezembro de 2016.

Os movimentos islamitas potencialmente violentos aumentaram no país nos últimos dois anos. O serviço de inteligência calcula que na Alemanha há cerca de 10.000 extremistas, dos quais 1.600 poderiam passar à ação violenta.

Além do atentado com o caminhão de Berlim, o grupo Estado Islâmico reivindicou, em 2016, um assassinato em Hamburgo (norte); um atentado a bomba em Ansbach (sul) que deixou 15 feridos e matou o agressor; e um ataque com machado em um trem na Baviera, com cinco feridos.

Vários destes ataques foram cometidos por solicitantes de asilo, o que motivou as acusações a Merkel de pôr o país em risco ao abrir as portas a centenas de milhares de refugiados em 2015 e 2016.

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