As negociações seguem seu curso, mas o presidente americano, Donald Trump, sugeriu nesta segunda-feira (30) que a histórica cúpula com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, seja realizada na localidade de Panmunjon, na Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide a península coreana.
"Vários países estão sendo considerados para a reunião, mas a Casa da Paz, na fronteira entre Coreia do Norte e Coreia do Sul não seria mais representativa, importante e duradoura do que um terceiro país? Apenas perguntando!", tuitou Trump sobre o encontro, previsto para junho.
Mais tarde, durante uma entrevista coletiva conjunta com o presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, na Casa Branca, expressou sua convicção de que "a reunião acontecerá" e admitiu que também cogita Singapura como possível sede. No entanto, disse preferir a DMZ: "O que me agrada nela é que se você está ali e as coisas vão bem, haverá uma grande celebração no lugar, não em um terceiro país.
A Casa da Paz na DMZ foi onde Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, realizaram uma cúpula histórica na última sexta-feira (27).
Kim, o primeiro líder norte-coreano a pisar no Sul desde o armistício de 1953 que implementou o cessar-fogo na guerra da Coreia, caminhou ao lado de Moon até a Casa da Paz.
A DMZ é, há algum tempo, considerada pela Casa Branca como uma opção possível, uma escolha que tem sido um verdadeiro quebra-cabeça para os negociadores envolvidos.
Para esse encontro, o dirigente norte-coreano se deslocou em um trem blindado, já que é sabido que ele evitar aviões, assim como faziam seus antecessores. Vários especialistas também evocam os temores de Kim Jong-un em relação a sua segurança, o que o levaria a evitar um longo deslocamento, ou um país pouco amigável.
Do mesmo modo, ir a Pyongyang seria, provavelmente, percebido como uma concessão simbólica excessiva ao presidente americano, enquanto a China aparece aos olhos de Washington como um aliado excessivamente próximo da Coreia do Norte.
O tuíte de Trump e seus comentários dos últimos dias parecem, de qualquer modo, confirmar que as tratativas seguem pelo bom caminho para concretizar uma cúpula inimaginável há até poucas semanas.
Nesse sentido, o governo americano manifesta um otimismo prudente, conforme palavras de seu novo secretário de Estado, Mike Pompeo, que disse constatar uma "verdadeira oportunidade" de avançar com a Coreia do Norte. Há um mês, Pompeo esteve em Pyongyang, em uma reunião então sigilosa com Kim Jong-un, quando ainda era diretor da CIA.
No fim de semana, Pompeo revelou que falou com o dirigente norte-coreano sobre um "mecanismo completo, verificável, irreversível", para a "desnuclearização" do país.
"Temos a obrigação de nos comprometermos com negociações diplomáticas para tentar encontrar uma solução pacífica, para que os americanos não corram riscos por causa de Kim Jong-un e de seu arsenal nuclear", afirmou Pompeo.
Os preparativos para a cúpula Trump-Kim ganharam impulso com a promessa da Coreia do Norte de buscar a completa desnuclearização da península.
Seul afirma que a Coreia do Norte prometeu fechar seu local de testes nucleares e convidou especialistas em armas americanos para verificar o processo.
Kim também disse a Moon que o Norte não vai precisar de armas nucleares, se os Estados Unidos prometerem não invadir o país, segundo fontes oficiais sul-coreanas.