O governo chavista não poupará esforços para recompensar os que votarem no presidente Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de 20 de maio, declarou nesta quarta-feira (2) o número dois do chavismo, Diosdado Cabello, que não descarta a distribuição de dinheiro entre os eleitores.
Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), declarou que prefere recompensar os eleitores fiéis a Maduro com outros tipos de "incentivos", como livros do finado presidente Hugo Chávez ou cópias da nova Constituição que está sendo escrita, mas dinheiro também pode integrar o pacote de reconhecimento.
O político pediu à vice-presidente de finanças do PSUV, Yelitza Santaella, que "analise os números" e destacou que "não se trata da compra de votos, porque o povo vota em quem quiser".
No sábado passado, Maduro admitiu utilizar o carnê da pátria - programa de auxílio do governo - para "incentivar" os eleitores nas eleições de 20 de maio.
"Todos que tiverem o carnê da pátria devem votar (...). Estou pensando em dar um prêmio ao povo da Venezuela que irá votar neste dia, com o carnê da pátria", disse Maduro em um comício no estado de Anzoátegui (nordeste).
"Pela democracia, pela liberdade, dando e dando: recebo meu direito social ao trabalho, ao estudo, à pensão, mas dou meu voto à pátria", declarou Maduro.
Os principais adversários de Maduro nas eleições, o ex-governador Henri Falcón e o pastor evangélico Javier Bertucci, têm denunciado o uso da máquina estatal por parte do presidente, especialmente de verbas públicas.
A maioria dos partidos de oposição decidiu boicotar as eleições presidenciais diante da falta de garantias e transparência.