Homens-bomba mataram pelo menos 10 pessoas e feriram dezenas de outras em ataques a três igrejas na Indonésia neste domingo (13), na mais recente onda de violência no país de maioria muçulmana. De acordo com o chefe da polícia nacional, Tito Karnavian, os ataques foram conduzidos por membros de uma só família, que incluía jovens e crianças, e aconteceram quase simultaneamente, enquanto eram realizadas as missas dominicais.
Segundo a polícia, uma mulher e duas crianças, de 9 e 12 anos, detonaram ao menos uma bomba quando foram paradas por um guarda na entrada de uma igreja protestante em Jacarta. Uma fonte que não estava autorizada a falar com a imprensa disse que as crianças, duas meninas, também carregavam bombas. O pai explodiu um carro-bomba e os dois filhos adolescentes , de 16 e 18 anos, usaram uma motocicleta em seus ataques.
Dezenas de pessoas foram levadas a hospitais e a polícia colocou Jacarta em alerta. As explosões se deram em meio a uma onda de derramamento de sangue que tem a polícia como alvo. Especialistas em terrorismo disseram que devem acontecer mais ataques, com os extremistas incentivando seus seguidores às vésperas do mês de Ramadã, quando os muçulmanos praticam seu jejum ritual.
O grupo terrorista Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques a bomba a três igrejas neste domingo (13), segundo a agência de notícias da organização extremista.
Na semana passada, detentos de uma prisão que concentra terroristas em Jacarta fizeram uma rebelião e mataram cinco policiais. O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade do motim, o segundo naquela prisão desde que Aman Abdurrahman, o líder do grupo terrorista na Indonésia, foi transferido para o local no ano passado para aguardar julgamento por incitar seguidores a fazer ataques.
Na Indonésia, a maioria muçulmana é da ala moderada e há muito vinha sendo exemplo de democracia. No entanto, uma corrente conservadora da religião tem ganhado destaque na política do país. No ano passado, conservadores radicais lideraram protestos contra o governador cristão da capital Jacarta e ajudaram a prendê-lo, sob acusações duvidosas de que ele havia blasfemado contra o islamismo.