Os afegãos celebraram nesta sexta-feira (15) em paz o início do Eid al Fitr, que marca o fim do Ramadã, pela primeira vez desde a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2001, graças a uma trégua sem precedentes acordada pelos talibãs.
Grande parte da população muçulmana compareceu às mesquitas para o primeiro dia da festividade, que encerra o mês de jejum.
Os mais jovens deste país afetado pela guerra expressaram otimismo, mas com prudência, após o anúncio dos talibãs para o primeiro cessar-fogo com as forças afegãs desde 2001.
"Em quase todos os Eid al Fitr tivemos ataques, este é um Eid al Fitr raro, sem violência", disse à AFP Samiullah, de 17 anos, que tem quase a mesma idade que o conflito, depois de rezar na mesquita de Shah-e Do Shamshira no centro de Cabul.
"Esperamos que a paz chegue ao Afeganistão", completou.
Mas nem todos são tão otimistas.
"Não acredito em paz no Afeganistão. Estamos vendo um aumento diário dos ataques", disse Imran, de 13 anos.
O porta-voz do ministro da Defesa, Mohamad Radmanesh, afirmou à AFP que não recebeu informações sobre ataques talibãs contra as forças afegãs desde o início da festa na madrugada desta sexta-feira (15)
O presidente afegão, Ashraf Ghani, anunciou na semana passada um cessar-fogo unilateral para a festa de Eid al Fitr e informou que tanto a polícia como o exército interromperiam as operações contra os talibãs durante oito dias. Mas advertiu que as operações continuariam contra outros grupos, incluindo a organização extremista Estado Islâmico (EI).
Os talibãs anunciaram no sábado (9) um cessar-fogo por três dias com as forças afegãs por ocasião do Eid al Fitr, o primeiro declarado pelo grupo em 17 anos de conflito.