As oito primeiras crianças resgatadas de uma caverna inundada na Tailândia estão "bem de saúde", asseguram as autoridades, mas permanecerão hospitalizadas em quarentena, com óculos de sol para proteger os olhos e sob monitoramento psicológico. Com relação aos os quatro garotos e seu treinador de futebol, que foram retirados da caverna nesta terça-feira (10), o estado de saúde ainda é desconhecido.
A operação, que durou 18 dias, envolveu 19 mergulhadores. Ainda na equipe, um médico e três membros da força de elite da marinha tailandesa ficaram na caverna para acompanhar os meninos. Por causa da situação enfrentada, os garotos e o técnico enfrentam quadros médicos diferentes.
Dois dos resgatados estão tomando antibióticos porque apresentam sintomas de pneumonia depois de dias nas umidade da gruta.
Mas, mesmo esses, apresentam "um estado normal", garantiu o hospital de Chiang Rai, no norte de Tailândia. As pessoas que passam muito tempo sob a terra podem sofrer problemas pulmonares.
"Os oito estão com boa saúde, sem febre", declarou Jesada Chokedamrongsuk, chefe do Ministério da Saúde Pública em um primeiro balanço detalhado do estado de saúde dos adolescentes que têm entre 12 e 16 anos.
Todos foram submetidos a exames radiológicos e sanguíneos. Os exames de sangue foram enviados para Bangkok e os resultados serão conhecidos em poucos dias.
Eles foram vacinados contra o tétano e contra a raiva. Embora o risco de os morcegos, vetores da doença, os terem mordido enquanto dormiam, seja muito baixo.
Todos podem andar, falar e comer e alguns até consumiram chocolate. No momento eles não podem comer comida picante, típica na Tailândia, porque estão com o estômago fragilizado.
"Todos apresentam boa saúde mental", assegurou o hospital. Vários especialistas alertaram para as possíveis consequências a longo prazo do trauma vivido e por isso o grupo conta com acompanhamento psicológico.
Os meninos estão usando óculos de sol para que seus olhos, privados de luz durante suas semanas, possam se acostumar progressivamente à do dia. Os problemas oculares são os mais comuns, assim como os pulmões, nos casos de sobreviventes resgatados depois de um longo período sob a terra.
Um oftalmologista examinou o primeiro grupo resgatado e descartou complicações oculares.
Eles vão permanecer hospitalizados uma semana para vigiar a eventual aparição de infecções. Se os exames não revelarem nada perigoso, os pais "serão autorizados a se aproximar de suas camas com roupas de proteção, mantendo-se a uma distância de dois metros", indicou o médico Tosthep Bunthong em coletiva de imprensa.
As crianças estão em quarentena, mas os pais do primeiro grupo evacuado puderam vê-los pelo vidro e conversar a distância.
No entanto, os meninos não poderão viajar para final da Copa do Mundo na Rússia em 15 de julho, depois de terem recebido um convite da Fifa.
"Não podem viajar, devem permanecer no hospital durante um tempo", declarou Thongchai Lertwilairatanapong, funcionário do ministério da Saúde da Tailândia. "É provável que assistam pela televisão", completou durante a entrevista no hospital de Chiang Rai.
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, convidou os meninos para assistir a final da Copa em uma carta divulgada no dia 6 de julho. "Se, como todos desejamos, se reencontrarem com suas famílias nos próximos dias e sua saúde permitir que façam a viagem, a Fifa ficaria feliz de convidá-los para assistir a final do Mundial-2018", escreveu Infantino em uma carta enviada ao presidente da Federação Tailandesa de Futebol.