A Assembleia Constituinte da Venezuela, que governa o país com poderes absolutos, aprovou nesta terça-feira (10) um acordo em "repúdio ao sequestro judicial" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso por corrupção.
"Aprovado o acordo em repúdio ao sequestro judicial de Lula (...). Lula da Silva é um preso da ditadura de Michel Temer para impedir que ele chegue à presidência (nas eleições de outubro)", expressou a constituinte Tania Díaz, vice-presidente da Assembleia.
Díaz disse que não foi comprovado que Lula tenha cometido qualquer crime e afirmou que se em meados de setembro não tiver sido ditada uma "sentença firme" contra o ex-presidente, ele poderá ser candidato à presidência.
"Tudo indica que poderia ser reeleito", afirmou a constituinte, recebendo aplausos dos colegas.
A Constituinte, integrada exclusivamente por legisladores aliados ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, é considerada ilegítima pela oposição e por vários governos da região.
Lula, de 72 anos, permanece preso, cumprindo uma pena de 12 anos e um mês por corrupção. Foi condenado por ser o beneficiário de um tríplex no Guarujá, litoral paulista, oferecido pela construtora OAS, em troca de mediações para obter contratos na Petrobras.
O ex-presidente nega que o apartamento seja dele e se considera vítima de um complô das elites para evitar que volte à presidência.
Lula lidera as intenções de voto para as presidenciais, mas sua candidatura tem grandes chances de ser invalidada pela justiça eleitoral.