Trump põe Rússia entre 'inimigos' dos EUA antes de cúpula com Putin

Cúpula em Helsinque, na Finlândia, nesta segunda-feira (16), já está ofuscada pela investigação sobre ingerência russa nas eleições americanas de 2016
AFP
Publicado em 15/07/2018 às 17:43
Cúpula em Helsinque, na Finlândia, nesta segunda-feira (16), já está ofuscada pela investigação sobre ingerência russa nas eleições americanas de 2016 Foto: Foto: DON EMMERT, Natalia KOLESNIKOVA / AFP


O presidente Donald Trump classificou a Rússia, neste domingo (15), como um dos "inimigos" dos Estados Unidos, na véspera de uma cúpula histórica com seu colega russo, Vladimir Putin, em Helsinque, já ofuscada pela investigação sobre a ingerência russa na eleição presidencial americana de 2016.

Antes de iniciar sua turnê europeia, o presidente Trump havia dito que a etapa de Helsinque, onde se reunirá com Putin, seria a "mais fácil". Suas últimas declarações podem atenuar, porém, as esperanças de distensão entre Washington e Moscou. 

Em uma entrevista no sábado à rede CBS, transmitida neste domingo, Trump considerou que Rússia, União Europeia (UE) e China eram, por diferentes razões, "inimigos". "Acredito que temos muitos inimigos. Acredito que a União Europeia seja um inimigo, pelo que nos fazem no comércio", disse Trump à CBS. "A Rússia é um inimigo em certos aspectos. A China é um inimigo economicamente, certamente são um inimigo. Mas isso não significa que sejam ruins. Não significa nada. Significa que são competitivos", disse ele na entrevista.

Enquanto deixava a Escócia neste domingo para seguir para a Finlândia, Trump tuitou: "Espero me reunir com o presidente amanhã (segunda-feira)". E acrescentou: "infelizmente, sejam quais forem os resultados que obterei na cúpula (...) vão me criticar na volta, dizendo que não foi suficiente".

Pontos de fricção

Trump e Putin, cujos gestos serão observados atentamente pelo mundo todo, vão-se reunir na capital finlandesa, após um fim de semana "esportivo". O presidente americano relaxou com golfe, sua principal atividade física segundo ele próprio, em seu luxuoso complexo hoteleiro escocês de Turnberry.

Já seu colega russo assistiu, no domingo à noite, à final do Mundial de Futebol em Moscou, vencida pela França por 4-2 sobre a Croácia. No evento, aproveitou para se reunir com os chefes de Estado de ambos os países: Emmanuel Macron e Kolinda Grabar-Kitarovic.

Após as polêmicas visitas de Trump a Bruxelas e a Londres, marcadas por duros ataques contra seus aliados da Otan e contra a primeira-ministra britânica, Theresa May, ele se reunirá agora com o presidente de um país, com o qual os Estados Unidos mantêm vários pontos de atrito. Anexação em março de 2014 da península ucraniana da Crimeia por parte de Moscou, apoio da Rússia ao governo sírio de Bashar al-Assad, novas tarifas americanas... A lista é longa.

Os dois devem, primeiramente, reunir-se sozinhos com seus intérpretes no palácio presidencial, somando-se, então, às suas respectivas delegações para um almoço de trabalho. O dia terminará com uma entrevista coletiva conjunta. 

Neste domingo, milhares de pessoas protestaram na capital finlandesa, convocadas pelo coletivo "Helsinki Calling for Human Rights", integrado por dezenas de ONGs e associações. "Respeito à Ucrânia" e "Que os direitos humanos sejam outra vez importantes" eram alguns dos cartazes levados pelos manifestantes, reunidos na praça do Senado, a dois passos do palácio presidencial que amanhã receberá Putin e Trump.

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