O exército israelense derrubou nesta terça-feira (24) um avião de combate sírio que invadiu o espaço aéreo israelense, o que foi desmentido por Damasco, que indicou que a aeronave realizava operações contra extremistas no sul da Síria.
Israel está em alerta desde que, em 19 de junho, o regime do presidente sírio Bashar al-Assad e seus aliados lançaram uma ofensiva para reconquistar as zonas rebeldes nas províncias de Deraa e Quneitra, na fronteira com a parte das Colinas de Golã ocupada e anexada pelos israelenses.
Jonathan Conricus, porta-voz do exército israelense, afirmou em coletiva de imprensa que o "avião sírio do tipo Sukhoi 22 ou 23 foi atingido depois que invadiu em dois quilômetros o espaço aéreo israelense".
"Trata-se de uma violação descarada dos acordos de separação de 1974 entre Israel e a Síria", criticou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em um comunicado.
"Não aceitaremos nenhuma invasão de nosso território, nem por terra, nem por ar", ressaltou.
Em um comunicado publicado pouco antes, o exército indicou que disparou mísseis Patriot contra a aeronave.
"O avião caiu na parte sul das Colinas de Golã", informou Conricus.
"Do nosso ponto de vista, o incidente está superado. Contudo, continuamos em alerta", acrescentou, assegurando que o exército "considera o regime sírio responsável por toda violação procedente do território sírio".
Uma fonte militar síria, por sua vez, acusou Israel de ter disparado contra um de seus aviões enquanto realizava uma operação contra jihadistas na Síria.
"Israel disparou contra um de nossos aviões no espaço aéreo sírio", declarou a fonte, citada pela agência oficial Sana.
As forças do regime, que conseguiram recuperar o controle da maioria dos territórios do sudoeste, agora cercam um setor sob controle do grupo Estado Islâmico (EI) perto das Colinas de Golã e da zona tampão desmilitarizada entre os dois países, criada um ano após a guerra árabe-israelense de 1973.
O regime de Damasco acusa há tempos Israel de apoiar o EI e outros grupos de oposição.
"O inimigo israelense confirmou ter apoiado grupos terroristas armados e atirado contra um de nossos aviões que atacava suas posições no setor de Saida (...) no espaço aéreo sírio", garantiu a fonte militar síria.
Israel e Síria nunca assinaram um tratado de paz e estão oficialmente em guerra.
Agindo com prudência para evitar ser sugado para o conflito na Síria, Israel tem atuado com regularidade no país, especialmente atacando posições do regime de Damasco e alguns de seus aliados, o movimento libanês Hezbollah e o Irã.
O Estado judeu anunciou no domingo que havia procedido, a pedido dos países ocidentais, à evacuação para a Jordânia de centenas de capacetes brancos e membros de suas famílias, bloqueados no sudoeste da Síria diante do avanço do regime.
Esses voluntários ficaram famosos por suas operações de resgate em áreas rebeldes bombardeadas, mas o regime de Assad e seus aliados os veem como aliados dos grupos jihadistas.