O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) matou mais de 220 pessoas, nesta quarta-feira (25), em ataques contra várias localidades no sul da Síria, em uma das ondas de atentados mais sanguinárias nos últimos meses em território sírio.
Este balanço de mortos é um dos mais elevados depois do início do conflito na Síria. E número não para de crescer à medida que novos corpos são achados nas aldeias atacadas pelo Estado Islâmico.
Os ataques ocorreram na província meridional da Sureida, controlada pelo regime de Bashar Al-Assad. Os grupos do EI estão presentes em uma zona desértica no nordeste desta região.
Segundo a imprensa oficial síria, as forças do regime iniciaram uma contraofensiva para conter a ação dos extremistas. Os jihadistas foram forçados a recuar para o deserto.
O Exército sírio realizou bombardeios aéreos contra o EI, que sofreu até o momento 21 baixas entre seus combatentes, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).
"Quatro homens-bomba explodiram seus cinturões na cidade de Suneida", informou o OSDH.
Mais ataques suicidas aconteceram em outros povoados do nordeste da província de mesmo nome, Suneida.
Em um comunicado postado no aplicativo Telegram, o EI afirma que seus combatentes lançaram ataques principalmente contra posições do regime na província.
O grupo extremista conseguiu assumir o controle de três localidades.
Mais de 180 pessoas morreram, e dezenas ficaram feridas nesta sucessão de atentados. Entre os mortos, há 89 civis, segundo o OSDH.
"Além dos atentados suicidas, os jihadistas atacaram vários povoados, invadindo as casas e matando seus moradores", acrescenta a ONG.
A agência oficial de notícias Sana e a cadeia de televisão estatal confirmaram os mortos e feridos nesses ataques, mas não deram um número exato.
As imagens difundidas dos ataques pelos meios de comunicação oficiais mostram um corpo em meio a poças de sangue.
Segundo o OSDH, os ataques do EI nesta quarta-feira são os mais violentos dos últimos meses na Síria, onde a organização jihadistas sofre contínuas derrotas e controla menos de 3% do território.
Estes atentados acontecem quando o regime sírio já está no controle de 90% das províncias meridionais de Deraa e Quneitra, após sua devastadora ofensiva militar em junho.
De acordo com a agência Sana, os atentados do EI tentam diminuir a pressão militar do Exército sírio contra os últimos jihadistas na província de Deraa.
Como informou na terça-feira o general François Parisot, comandante das forças francesas na coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos contra grupos jihadistas, os combates contra o EI em Deir Ezzor, um de seus últimos redutos no norte da Síria, ainda vão durar dois, ou três meses.
"As Nações Unidas condenam os ataques contra civis em Sueida", afirma em um comunicado o coordenador humanitário da ONU na Síria, Ali Zaatari.
"Esse novo ato criminoso do EI confirma a necessidade de uma coordenação de esforços da comunidade internacional para erradicar esse mal universal em solo sírio", reagiu, por sua vez, o ministério russo das Relações Exteriores.
Mais de 350.000 pessoas morreram desde o início do conflito na Síria em 2011, uma guerra que se intensificou com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos jihadistas.