Presidente iraniano: combinar negociações e sanções 'não faz sentido'

Hassan Rohani disse que o convide de Washington para negociações estabelecendo sanções não tem sentido
AFP
Publicado em 06/08/2018 às 16:33
Hassan Rohani disse que o convide de Washington para negociações estabelecendo sanções não tem sentido Foto: Foto: Iranian Presidency / AFP


O presidente iraniano, Hassan Rohani, disse nesta segunda-feira (6) que o convite de Washington para novas negociações ao mesmo tempo em que restabelece sanções ao seu país "não faz sentido".

"Associar as negociações às sanções não faz sentido. Estão impondo sanções às crianças iranianas, aos doentes, à nação", disse Rohani em entrevista. 

Ele ainda afirmou que os Estados Unidos "querem lançar uma guerra psicológica contra a nação iraniana e criar divisões entre o povo". 

"Se você é um inimigo e enfia uma faca em alguém e em seguida diz que quer negociar, a primeira coisa a fazer é tirar a faca", acrescentou. 

O presidente iraniano afirmou que seu país "sempre acolheu as negociações", mas os Estados Unidos devem antes provar sua boa-fé. 

"Como eles podem mostrar que são dignos de confiança? Voltando ao acordo", afirmou, referindo-se ao acordo nuclear iraniano, concluído em 2015 e do qual os Estados Unidos se retiraram unilateralmente em maio. 

Washington

Washington disse querer exercer uma "pressão máxima" sobre o Irã por meio de novas sanções, que passam a valer a partir desta terça-feira e de 7 de novembro. 

Mas o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem deixado as portas abertas a um novo acordo nuclear.

"No momento em que mantemos nossa pressão econômica ao máximo sobre o regime iraniano, continuo aberto a alcançar um acordo mais amplo que aborde toda a gama de atividades malignas do regime, incluindo seu programa de mísseis balísticos e seu apoio ao terrorismo", afirmou Trump em um comunicado nesta segunda.

"O regime iraniano tem uma escola", afirmou o presidente americano. "Pode mudar sua atitude ameaçadora e desestabilizadora, e poderá retornar para o seio da economia mundial, e pode continuar na rota do isolamento econômico". 

A primeira onda de sanções americanas, que entram em vigor nesta terça-feira às 04h01 GMT (01h01 de Brasília), afetará transações financeiras e importações de matérias-primas. 

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