O secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, lançou nesta quinta-feira (9), em Nagasaki, um apelo para que se desnuclearize o planeta "urgentemente".
Essa cidade japonesa foi vítima de um bombardeio atômico em 9 de agosto de 1945.
Mais de sete décadas depois, continua existindo "o espectro de uma matança impensável", afirmou Guterres, primeiro secretário-geral da ONU em exercício a assistir a uma cerimônia em homenagem às vítimas de Nagasaki.
Guterres lamentou que as potências nucleares gastem "quantias enormes" para modernizar seu arsenal e que "os processos de desarmamento tenham sido freados, ou até mesmo parados".
"Há uma necessidade urgente de desarmamento de todo tipo, em particular nuclear", insistiu.
O prefeito de Nagasaki, Tomihisa Taue, lançou um apelo similar e advertiu contra "a tendência, de novo visível, de alguns países de reforçarem sua potência militar com armas nucleares".
O Japão está preocupado, em particular, com a ameaça representada pelo programa nuclear da Coreia do Norte, apesar de as tensões terem diminuído nos últimos meses.
Como acontece a cada ano, um alerta soou em Nagaski, às 11h02 locais (23h02 em Brasília), a hora exata em que a bomba atômica explodiu, em 9 de agosto de 1945.
A bomba de plutônio, apelidada de "Fat Man", matou 74.000 pessoas e foi lançada pelos Estados Unidos. Três dias depois, os americanos lançaram outra bomba, a "Little Boy", de urânio, que matou 140.000 pessoas na cidade de Hiroshima.
Poucos dias depois, em 15 de agosto de 1945, o Japão anunciou a capitulação e abriu o caminho para o fim da Segunda Guerra Mundial.