Cerca de 2.500 pessoas convocadas pela extrema direita se manifestaram neste domingo (9) na cidade alemã de Köthen, no leste do país, horas após a detenção de dois afegãos suspeitos da morte de um jovem de 22 anos.
"Mais uma vez um jovem alemão foi assassinado por demandantes de asilo. Mais uma vez um compatriota foi vítima da política de imigração totalmente irresponsável dos que nos governam", ressaltou a convocação ao protesto.
Um dos irmãos da vítima é um militante neonazista com antecedentes criminais.
Os manifestantes desfilaram com gritos de "resistência, resistência", e muitos usavam camisetas com o slogan White Resistance (resistência branca).
A polícia enviou grandes reforços à cidade, enquanto líderes políticos redobraram os pedidos de calma.
Os dois afegãos, um de 18 e outro de 20 anos, foram detidos por causa de "uma suspeita de homicídio" de um alemão durante uma briga, disseram em um comunicado a Polícia e a Procuradoria locais.
O homem de 18 anos é suspeito de realizar "golpes e ferimentos graves", enquanto o segundo é de "ferimentos graves que provocaram a morte".
A vítima sofria de problemas cardíacos, segundo o jornal local Mitteldeutsche Zeitung.
"Além dos sentimentos legítimos (diante de um homicídio), é necessário deixar de lado qualquer tentativa de transformar Köthen em uma segunda Chemnitz", disse o chefe do governo regional, Reiner Haseloff.
Mais cedo, o ministro do Interior da região Saxônia-Anhalt, Holger Stahlknecht - membro de um partido aliado da chanceler Angela Merkel - disse que a "morte trágica de um jovem (...) de nacionalidade alemã me afeta muito e lamento profundamente".
No Twitter, a responsável pelos Assuntos de Integração do governo do estado regional, Susi Möbbeck, pediu calma.
"A violência deve ser sempre e em todas as partes condenada. O momento é de luto e de recolhimento. Velem uns pelos outros", tuitou Susi Möbbeck, do Partido Socialdemocrata da Alemanha, claramente preocupada com a possibilidade de novos distúrbios, como ocorrido em Chemnitz.
Ainda não há detalhes, mas, segundo diferentes veículos, entre eles o jornal "Die Welt" e a emissora de televisão pública local, o jovem alemão de 22 anos morreu por uma hemorragia cerebral após uma briga com os dois afegãos detidos.
De acordo com a imprensa local, houve uma primeira briga tarde da noite perto de uma praça onde uma mulher grávida e três afegãos discutiam a paternidade do menino que vai nascer.
O alemão agora falecido e outro homem intercederam, e teria-se armado uma briga violenta. No domingo, vários moradores da zona se aproximaram do lugar do incidente para deixar flores e acender velas.
Uma autoridade da Igreja luterana local, Lothar Scholz, preocupou-se com o desenrolar dos acontecimentos.
"Posso apenas esperar e pedir que não se responda violência com violência", afirmou.
Um líder político local, Uwe Schulze, reconheceu que o ocorrido em Köthen, depois do episódio de Chemnitz, "é ruim para todos".
No final de agosto em Chemnitz, dois demandantes de asilo, um iraquiano e um sírio, foram detidos como suspeitos do assassinato de um homem de 35 anos. Esse evento provocou uma série de manifestações da extrema direita contra os migrantes, resultando em vários feridos.