Durante o quinto e último dia de julgamento em Guadalajara (Espanha), especialistas contratados pelos advogados do brasileiro François Patrick Nogueira Gouveia, de 22 anos, afirmaram que ele tem um dano cerebral que afeta seu comportamento e pediram um tratamento médico para evitar o agravamento da situação.
O brasileiro matou e esquartejou os tios e dois primos, ainda bebês, há dois anos, em Pioz, cidade no centro da Espanha. Ele pode ser condenado à prisão perpétua, a maior sentença da legislação espanhola.
A avaliação foi apresentada em um tribunal da cidade de Guadalajara durante o julgamento do caso de múltiplo homicídio. Nogueira foi submetido a uma tomografia cerebral dois anos depois do crime, que revelou, segundo os especialistas, que o lóbulo temporal direito "não funciona como deveria".
O psiquiatra José Miguel Gaona, um dos responsáveis pela análise, afirmou que o cérebro do assassino confesso "não funciona 100%", e esse "cérebro anômalo afeta a sua conduta".
Segundo os especialistas, o dano cerebral "interfere em tudo" e influenciou em sua "decisão e vontade" de matar os tios e primos de 1 e 4 anos na casa em que viviam, na pequena cidade de Pioz, a cerca de 60 km de Madri. Eles também não negaram que o acusado tenha um componente psicopático.
De acordo com a avaliação, Nogueira tem traços de "impulsividade, raiva e falta de empatia", tudo isso provocado pelo dano cerebral. Os especialistas detectaram nele graves níveis de ira, que são disparados em momentos de frustração ou avaliação social negativa, como era aparentemente a situação que vivia com o tio.