Turquia quer que quem ordenou morte de Khashoggi seja responsabilizado

''Nós não queremos deteriorar nosso relacionamento com a Arábia Saudita, mas quem cometeu esse crime deve ser levado à Justiça'' disse o ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu
AFP
Publicado em 20/11/2018 às 22:21
''Nós não queremos deteriorar nosso relacionamento com a Arábia Saudita, mas quem cometeu esse crime deve ser levado à Justiça'' disse o ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu Foto: Foto: AFP


O ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, pediu nesta terça-feira (20) para quem quer que tenha ordenado a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi preste contas, enquanto o poderoso príncipe herdeiro Mohamed bin Salman é acusado de estar por trás do crime.

"Nós não queremos deteriorar nosso relacionamento com a Arábia Saudita", mas "quem deu a ordem deve ser responsabilizado (...) Quem cometeu este crime deve ser levado à Justiça", disse Cavusoglu após se encontrar com o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em Washington. 

"É nosso objetivo", acrescentou, enquanto Donald Trump tinha afirmado mais cedo que os eventos em torno da morte do jornalista crítico de Riad poderiam continuar sendo um mistério. 

O presidente dos Estados Unidos também disse que, embora o príncipe herdeiro saudita possa ter sabido do assassinato, Washington optou por reafirmar sua aliança "inquebrável" com a Arábia Saudita. 

"Não tomamos essa questão como uma questão bilateral, é um caso criminal e judicial que deve ser tratado assim", disse o ministro turco.

Sem respostas

Criticando a cooperação insuficiente dos sauditas, Cavusoglu reconheceu que ainda há perguntas sem respostas. 

"Nossas evidências não incriminam ninguém" como promotor do assassinato, disse. Mas, "se a Turquia tiver certeza de quem fez isso, não vamos escondê-lo, não vamos jogar esse jogo". 

O chefe da diplomacia turca também disse que ouviu o registro de áudio feito no consulado no momento da morte do jornalista saudita, que de acordo com as investigações foi desmembrado. 

"Foi muito repugnante, e se você ouvir entende que foi uma morte premeditada", explicou depois que Trump declarou que não queria ouvir este áudio porque "é uma gravação do sofrimento".

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