As mudanças climáticas já estão impactando os Estados Unidos e reduzirão o Produto Interno Bruto (PIB) do país em 10% até 2100, caso não sejam adotadas políticas para amenizar os efeitos das alterações climáticas. A conclusão é da 4ª Avaliação Nacional do Clima, um documento feito em conjunto por 13 agências governamentais norte-americanas.
O relatório de 1.656 páginas detalha as consequências devastadoras do aumento das temperaturas globais na economia, na saúde humana e no meio ambiente. O relatório foi lançado no fim da tarde de sexta-feira (23), durante o feriado nacional de Ação de Graças e tradicional Black Friday.
O texto afirma que o clima da Terra está mudando agora mais rápido do que em qualquer ponto anterior da história moderna, e que ação humana é a responsável direta pela mudança.
“Os impactos já estão sendo sentidos nos Estados Unidos. Os sinais são tempestades mais poderosas, incêndios florestais mais severos, e aumento das inundações”, diz o documento.
Um exemplo no país são os incêndios que afetam a Califórnia. Nas duas últimas semanas, o estado sofreu um dos maiores incêndios de sua história, com pelo menos 87 mortes confirmadas e 500 desaparecidos.
O relatório afirma ainda que a gravidade do impacto da mudança climática também dependerá de como o país aborda as emissões de gases de efeito estufa e como se adapta ao aumento das temperaturas.
Desde antes da eleição em 2016, o presidente Donald Trump já havia se posicionado de forma contrária às políticas globais adotadas em conjunto para amenizar o impacto das mudanças climáticas. Durante a campanha chamou o fenômeno de “ farsa".
Na quarta-feira (21), véspera do Dia de Ação de Graças, escreveu novamente no Twitter, citando uma temperatura fria recorde na manhã do Dia de Ação de Graças como mais uma prova de que o fenômeno não está ocorrendo.
Entretanto, segundo estudos anteriores e o documento divulgado ontem, o frio e calor extremos são consequências das mudanças climáticas.
Desde que assumiu o governo Trump desfez ações deixadas pelo governo anterior para controlar a emissão de gases na atmosfera pelo setor energético, e retirou os Estados Unidos do Acordo Global sobre o Clima (acordo de Paris).