Israel espera mudança de embaixada do Brasil para Jerusalém em janeiro

Mudança proposta por Bolsonaro no pós eleição, segue deliberação de Trump, que há um ano transferiu embaixada Norte Americana para Jerusalém
Agência Estado
Publicado em 11/12/2018 às 21:02
Mudança proposta por Bolsonaro no pós eleição, segue deliberação de Trump, que há um ano transferiu embaixada Norte Americana para Jerusalém Foto: AFP


A vice-ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Hotovely, disse "esperar que a embaixada brasileira se mude para Jerusalém em janeiro", logo depois que o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, tome posse. A afirmação foi feita no domingo, 9, durante a conferência anual dos embaixadores do Ministério das Relações Exteriores , e relatada pelo jornal israelense Haaretz.

Hotovely, que é do Likud, partido do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, também afirmou que é importante "continuar a campanha para conseguir que mais embaixadas estrangeiras se mudem" para Jerusalém. "Em maio, marcaremos um ano desde a mudança da embaixada dos Estados Unidos para a capital, e temos uma janela histórica de oportunidade para trazer o maior número possível de embaixadas estrangeiras a Jerusalém", disse ela, acrescentando: "o mundo é simples - nós tivemos apenas uma capital nos últimos 3.000 anos, e é Jerusalém".

Alguns dias depois de vencer as eleições, Bolsonaro disse que pretende transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. "Como dito anteriormente durante nossa campanha, pretendemos transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém. Israel é um Estado soberano e nós devemos respeitar isso", escreveu Bolsonaro em sua conta no Twitter.

Israel saudou a vitória, com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu ligando para Bolsonaro para parabenizá-lo e dizendo estar confiante de que sua vitória "levará a uma grande amizade entre os dois povos e ao fortalecimento dos laços entre o Brasil e Israel".

Trump reverteu abruptamente décadas de política americana no ano passado quando reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, gerando indignação dos palestinos e do mundo árabe e preocupação entre os aliados ocidentais de Washington. Após o reconhecimento, a embaixada dos EUA foi transferida de Tel Aviv para Jerusalém em maio.

Austrália

Nesta quarta-feira, 12, o governo da Austrália deve reconhecer Jerusalém como a capital de Israel, informou um relatório do Ministério das Relações Exteriores do país. A decisão foi tomada na semana passada e ratificada na terça-feira, 11, em uma reunião de gabinete do primeiro-ministro do país, Scott Morrison

Não ficou claro se o governo australiano reconhecerá Jerusalém ou apenas Jerusalém Ocidental como a capital de Israel, segundo um relatório. A embaixada, no entanto, não será transferida para a nova capital reconhecida, e um escritório consular será instalado na cidade. Fontes disseram ao jornal Haaretz que a razão pela qual a embaixada não será realocada é o custo, estimado em US$ 200 milhões.

O primeiro-ministro australiano disse a Netanyahu em outubro que estaria propenso a reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e transferir a embaixada para lá.

Morrison, um evangélico devoto e líder do Partido Liberal, assumiu o cargo em agosto. "Estou aberto a prosseguir com a mudança (mudar a embaixada) e fazer isso junto com os colegas do gabinete", disse Morrison, segundo o Daily Telegraph.

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