Falta de alerta não deixou escapatória para tsunami na Indonésia

Depois do tsunami devastador de 2004, a Indonésia instalou boias com sensores de alerta, mas, segundo a Agência Nacional de Gestão de Catástrofes, as mesmas não funcionam há seis anos
AFP
Publicado em 24/12/2018 às 12:29
Foto: Foto: AFP


Uma sucessão imprevisível de fatos e um sistema de alerta deficiente explicam o número de mortos no tsunami que arrasou a costa do Estreito de Sunda, na Indonésia, concluíram especialistas e autoridades. O tsunami atingiu na noite desse sábado (22) praias e casas localizadas no estreito, que separa as ilhas de Java e Sumatra, pegando desprevenidos os moradores e sistemas de vigilância.

Em tuítes posteriormente apagados, a Agência Nacional de Gestão de Catástrofes afirmou que não havia ameaça de tsunami, apesar de a onda já varrer o litoral sul de Sumatra e o extremo oeste de Java.

"A ausência de um sistema de alerta explica porque o tsunami não foi detectado", disse o porta-voz da agência, Sutopo Purwo Nugroho. "Os sinais da chegada de um tsunami não foram detectados, e as pessoas não tiveram tempo tempo de fugir."

A Indonésia é um dos países mais expostos a catástrofes naturais. O arquipélago, formado pela convergência de placas tectônicas, fica no Círculo de Fogo do Pacífico, região de forte atividade sísmica e vulcânica. Um tsunami provocado por um terremoto deixou 2,2 mil mortos e milhares de desaparecidos em setembro em Palu, ilha de Célebes.

O monitoramento das marés e a organização e estruturação de dados são as principais ferramentas das agências indonésias para prever os tsunamis, geralmente depois de um terremoto.

Mesmo quando todas as estações de vigilância funcionam, as falhas na rede são consideráveis e as pessoas têm pouco tempo para fugir. Os esforços para melhorar o sistema foram prejudicados por problemas como a falta de manutenção dos equipamentos e o mau funcionamento burocrático.

Segundo especialistas, a catástrofe de sábado aconteceu após uma erupção do vulcão Anak Krakatoa, que fica no estreito. O fato provocou um deslizamento submarino de parte do vulcão e o deslocamento de uma grande quantidade de água. 

Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory