Um Boeing 737 MAX da companhia americana Southwest, que foi transferido nesta terça-feira de um aeroporto para outro, apresentou um problema no motor que o forçou a pousar em emergência em Orlando, Flórida, informou a Administração Federal de Aviação (FAA).
"O avião deu meia volta e pousou em segurança em Orlando", disse a FAA.
Nenhum passageiro estava a bordo da aeronave, que foi levada para Victorville, na Califórnia, onde ficaria estacionada.
A FAA proibiu o voo de todos os Boeing 737 MAX após dois acidentes fatais ocorridos nos últimos meses, mas autorizou este tipo de transferências de um aeroporto para outro.
Em janeiro, a Boeing previa que janeiro de 2019 seria um ano recorde em relação a lucros e entrega de aviões, graças ao 737 MAX, uma nova versão de seu modelo mais vendido. Dois meses depois, porém, a companhia vive uma de suas maiores crises.
Desde segunda-feira, o fabricante americano enfrenta uma avalanche de imobilizações do 737 MAX 8, depois que um avião desse modelo caiu no domingo na Etiópia, matando as 157 pessoas que viajavam a bordo.
Em outubro, 189 pessoas morreram em outro acidente de um 737 MAX 8 no mar da Indonésia.
O 737 MAX é uma resposta ao A320 NEO da Airbus, que permitiu à companhia europeia superar a Boeing nos voos de média distância.
Esse modelo tem quatro versões (MAX 7, MAX 8, MAX 9 e MAX 10) que se distinguem pelo número de passageiros que podem transportar. O 737 MAX 8 custa 121,6 milhões de dólares a preço de catálogo.
Em serviço desde maio de 2017, esse aviões representaram, no ano passado, um terço dos ganhos da Boeing.
No final de janeiro, haviam sido encomendados 4.661 exemplares de 737 MAX 8, ou seja, cerca de 80% dos pedidos de aviões comerciais da companhia.
A empresa, que produz 52 aviões desse modelo por mês, pretendia elevar esse número para 57 este ano.
Esse aumento da produção é uma das ambições da Boeing, que quer entregar, em 2019, entre 895 e 905 aparelhos - um recorde.
"É, sem dúvida, o programa mais importante para a Boeing e seus fornecedores", afirma Ken Herbert, analista na Canaccord.