Tensão nas ruas do Sri Lanka uma semana após atentados

O arcebispo de Colombo chamou, neste domingo (28), de ''insulto à humanidade'' os atentados suicidas cometidos na Páscoa
AFP
Publicado em 28/04/2019 às 12:11
Foto: JEWEL SAMAD / AFP


O arcebispo de Colombo chamou, neste domingo (28), de "insulto à humanidade" os atentados suicidas cometidos na Páscoa contra três igrejas e três hotéis de luxo em um momento de grande tensão na ilha uma semana após o massacre.

O líder dos católicos no Sri Lanka, dom Malcolm Ranjith, celebrou uma missa privada transmitida ao vivo pela televisão após o cancelamento de todos os ofícios públicos devido ao medo de novos ataques como os que tiraram a vida de 253 pessoas em 21 de abril.

No entanto, uma vigília foi organizada sob forte vigilância na entrada da igreja de San Antonio, na capital, às 08h45, hora em que o edifício foi atacado por um homem-bomba, matando dezenas de fieis.

JEWEL SAMAD / AFP
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LAKRUWAN WANNIARACHCHI / AFP
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Os terroristas se explodiram em três hotéis de luxo em Colombo e três igrejas lotadas por ocasião da missa de Páscoa: a de San Antonio e outras duas localizadas nas cidades de Negombo e Batticaloa.

O prelado começou a missa, realizada em uma capela em sua casa na presença do presidente Maithripala Sirisena e do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, pedindo paz e unidade nesta nação multiétnica do sul da Ásia.

"O que aconteceu no domingo passado foi uma enorme tragédia, um insulto à humanidade", disse o arcebispo, que pediu aos fiéis para demonstrar bondade para com os outros como um sinal de respeito a todas as vítimas destes ataques, que também deixaram quase 500 feridos.

"Hoje, durante a missa, prestamos atenção à tragédia que ocorreu no domingo e tentamos compreender. Rezamos por aqueles que perderam suas vidas naquele dia para que vivam uma vida eterna através do Senhor e para que os feridos fiquem curados logo", continuou.

"Da mesma forma, rezamos para que neste país reine a paz e a coexistência, o entendimento mútuo sem divisões", acrescentou.

Novas prisões

As tensões persistem nesta ex-colônia britânica do subcontinente indiano, povoada por cerca de 21 milhões de habitantes, em sua maioria budistas.

As autoridades culpam um grupo islamita local, o National Thowheeth Jama'ath (NTJ), afiliado à organização jihadista Estado Islâmico (EI), que assumiu a responsabilidade pelos ataques.

O exército do Sri Lanka ainda procura jihadistas suspeitos de estarem envolvidos nos ataques, e medidas de segurança importantes foram implementadas.

Dezenas de soldados foram mobilizados nas ruas, em frente a mesquitas e igrejas, marcando a passagem de uma semana dos ataques.

Em San Antonio, dezenas de pessoas reunidas em frente ao edifício pararam de cantar exatamente às 8h45, enquanto os sinos da igreja começaram a tocar. Os ponteiros do relógio da igreja pararam no momento da tragédia. 

Eu venho a essa igreja todos os domingos", explicou Dharshika Fernando, de 19 anos, segurando as lágrimas. "É como se eles tivessem explodido minha própria casa", confessou.

A reabertura das escolas, inicialmente prevista para segunda-feira, foi adiada por uma semana. Um toque de recolher noturno também foi introduzido.

As forças de segurança realizaram novas prisões, um dia depois de uma operação contra um esconderijo jihadista onde pelo menos 16 pessoas morreram.

Mohamed Saadik Abdul Haq e Mohamed Saahid Abdul Haq foram presos na região central de Nawalapitiya, informou a polícia. Ambos estavam na lista dos seis suspeitos "mais procurados". 

Estas novas detenções elevaram o número de detenções para mais de 100.

O presidente Sirisena disse na sexta-feira que cerca de 140 apoiantes do EI são procurados no país. "Vamos erradicá-los todos muito em breve", garantiu.

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