MAIS INCÊNDIO

Paraguai controla incêndio na fronteira com Bolívia e Brasil

O incêndio destruiu cerca de 744 mil hectares do lado boliviano

AFP
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Publicado em 23/08/2019 às 19:58
Foto: Reprodução/ Twitter: Oviedo
O incêndio destruiu cerca de 744 mil hectares do lado boliviano - FOTO: Foto: Reprodução/ Twitter: Oviedo
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O Paraguai controlou um incêndio que arrasou pouco mais de 20 mil hectares na área do Pantanal, na tríplice fronteira com a Bolívia e o Brasil, informou nesta sexta-feira (23) o ministro do Meio Ambiente, Ariel Oviedo.

O fogo, que começou há uma semana numa área de pastagem, ''foi controlado naturalmente com a mudança da direção do vento'', disse Oviedo.

Prejúizo

As chamas destruíram, até o momento, 744 mil hectares do lado boliviano.

Oviedo disse que a partir dessa experiência vai propor uma comissão intergovernamental dos três países para enfrentar esses desastres que ocorrem todos os anos.

O ministério enviou bombeiros e médicos para Bahia Negra, a última área urbana paraguaia da região, 900 km ao norte da capital, Assunção, onde cerca de 60 pessoas receberam assistência médica por conta de inalação de fumaça.

Pepe Cartes, diretor-executivo da organização ambientalista Güirá-Paraguay, destacou que apesar do fogo estar controlado ''permanecemos em alerta amarelo''.

A organização é proprietária de uma reserva florestal, conhecida como Três Gigantes, perto da tríplice fronteira, que teve 70% de sua área consumida pelas chamas.

Cartes afirmou que muitas espécies animais morreram no incêndio, como jabutis, tamanduás, tatus, macacos e serpentes.

Cartes afirma que os incêndios são ciclos inevitáveis. ''Após anos de chuvas e inundações extraordinárias, a vegetação se desenvolve muito, gera muita biomassa. Com seca extrema, a biomassa se torna combustível, como um depósito de explosivos, que causa grandes incêndios como este.''

''Existem ecossistemas que estão adaptados, como o Pantanal (que ocupa cerca de 200.000 km2 nos três territórios). Há outros sistemas que não, como ocorre na Amazônia, onde o dano é muito mais assustador'', concluiu o biólogo, especialista em Vida Silvestre e Áreas Protegidas.

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