Atualizada às 15h05
O G7 decidiu desbloquear uma ajuda de emergência de 20 milhões de dólares para a Amazônia, principalmente destinado ao envio de aviões Canadair de combate a incêndios, anunciaram o presidente francês Emmanuel Macron e o chileno Sebastian Piñera. O valor é equivalente a cerca de R$ 83 milhões.
Além da frota aérea, o G7 concordou com uma assistência de médio prazo para o reflorestamento, a ser apresentado na Assembleia Geral da ONU no final de setembro, para o qual o Brasil terá que concordar em trabalhar com ONGs e populações locais.
Essa "iniciativa para a Amazônia" foi anunciada ao final de uma sessão da cúpula do G7 dedicada ao meio ambiente, durante a qual foi discutida a situação na Amazônia, que tem provocado grande preocupação internacional.
Emmanuel Macron tornou a situação na Amazônia uma das prioridades da cúpula, apelando no sábado para uma "mobilização de todos as potências" para lutar contra as queimadas e em favor do reflorestamento. "Devemos responder ao apelo da floresta que hoje arde na Amazônia de uma maneira muito concreta", acrescentou, após desafiar o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Segundo os números mais recentes, 79.513 incêndios florestais foram registrados no Brasil desde o início do ano, com pouco mais da metade na Amazônia. Sob pressão internacional, o Brasil finalmente entrou em ação no domingo, enviando dois aviões Hércules C-130.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou que considera "excelente" e "muito bem-vinda" a ajuda financeira oferecida pelo G7 para combate aos incêndios na Amazônia, de cerca de R$ 83 milhões, após ter sido questionado por jornalistas, depois de ter feito uma apresentação em evento do Secovi-SP.
Salles, contudo, aproveitou a pergunta para lembrar que o Brasil tem um crédito de US$ 2,5 bilhões para receber, referente a uma fatura do Protocolo de Kyoto.
"Acho excelente a medida, muito bem-vinda, e queria aproveitar, inclusive, e lembrar que desde 2005 o Brasil tem cerca de 250 milhões de toneladas de gás carbono, do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), para receber, o que gera receita de US$ 2,5 bilhões. Essa é uma medida que nós instigamos os países, para que nos ajude a quitar essa fatura do Protocolo de Kyoto, um crédito de US$ 2,5 bilhões seria muito bem-vindo", disse.
Salles disse que quem vai decidir como usar os recursos para o Brasil serão o povo e o governo brasileiros.
Quando questionado sobre se o governo faz alguma autocrítica em relação à questão da Amazônia, o ministro ressaltou que a quantidade de queimadas tem oscilado ano a ano. "Neste ano aumentou muito, infelizmente, com o clima seco e o tempo quente. No ano passado e retrasado foram menores e em 2016 tivemos números próximos ao deste ano. A série histórica oscila de acordo com o clima e o tempo", disse.