A Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu convocar para esta quinta-feira, 30, uma reunião de emergência para decidir se declara o surto de coronavírus uma emergência global de saúde pública. "Essa emergência se deve à evidência de aumento dos casos", afirmou o diretor executivo da entidade, Michael Ryan, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 29, em Genebra, na Suíça.
A OMS informou que 68 casos foram reportados fora da China, onde o vírus se originou, em 15 países. Ao todo, 132 morreram em decorrência da doença, todos no país asiático. Para a entidade, é importante que países que ainda não relataram casos estejam preparados para identificá-los. "O contínuo aumento dos casos é uma fonte de preocupação", disse o diretor-geral, Tedros Adhanom
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A organização informou que foram relatados casos de contágio em hospitais na China e que é essencial administrar a situação em Wuhan, epicentro da doença. Ainda segundo a OMS, é muito cedo para estabelecer a taxa de mortalidade do coronavírus.
Comprometimento
A OMS elogiou a resposta da China ao surto de coronavírus. Na entrevista coletiva, a entidade informou que o país asiático tem sido transparente no compartilhamento de informações, tanto interna quanto externamente, em contraste com o comportamento observado durante a epidemia de SARS, em 2003.
"Estamos impressionados com o comprometimento do governo chinês", afirmou Michael Ryan.
A organização também revelou que vai enviar uma delegação de especialistas a Wuhan para avaliar a situação da doença, mas ponderou que o grupo vai trabalhar em coordenação com os chineses. "Acreditamos que essa corrente de contágio ainda pode ser interrompida", afirmou.
Transmissão
Os cientistas do Imperial College de Londres estimam que "em média, cada caso (de um paciente portador do novo coronavírus) infectou 2,6 pessoas a mais". Chamada de "taxa básica de reprodução" ou R0, essa medida é importante para entender a dinâmica de uma epidemia.
No caso da Sars, estima-se que cada caso tenha infectado uma média de 2 a 3 pessoas (como a gripe), mas com grandes disparidades: havia "super transmissores" capazes de contaminar dezenas de pessoas. No caso do novo vírus, há uma pergunta crucial: em que estado de infecção o paciente se torna contagioso.
"O contágio é possível durante o período de incubação", ou seja, antes mesmo que os sintomas apareçam, disse Ma Xiaowei, diretora da Comissão Nacional de Saúde da China, no domingo. "É muito diferente da Sars", insistiu. Essa hipótese, no entanto, baseia-se na observação de vários primeiros casos e ainda não está confirmada.
"Se isso for incomum, terá um impacto mínimo na evolução da epidemia, mas se for frequente, será cada vez mais difícil de controlar", explica o virologista Jonathan Ball, da Universidade de Nottingham (Inglaterra). Acima de tudo, dado que o período de incubação pode ser prorrogado até duas semanas, segundo estimativas. Se essa hipótese for confirmada, "medidas como controle de temperatura nos aeroportos seriam ineficazes", disse a professora britânica Sheila Bird.
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Jogos Olímpicos de Tóquio
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) emitiu, nessa terça-feira (29), um comunicado em que demonstra preocupação com o aumento de casos de coronavírus no mundo e com a proximidade dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
No texto enviado às confederações brasileiras, o COB lista recomendações que podem reduzir o risco de contaminação pelo novo vírus. Ainda no comunicado, a instituição afirma que "as informações sobre transmissão, sintomas e tratamento, são baseadas em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde do Brasil e da Sociedade Brasileira de Infectologia".
O Comitê disse também que "seguirá atento ao avanço do vírus, assim como aos informes da OMS, Comitê Olímpico Internacional e Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 quanto ao assunto".
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