O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, evitou nesta quinta-feira (25), mais uma vez, falar sobre o posicionamento que adotará caso não dispute o segundo turno da corrida ao Palácio do Planalto. Em entrevista à rádio gaúcha, o senador mineiro foi questionado sobre quem receberá o seu apoio - Dilma Rousseff (PT) ou Marina Silva (PSB) - adversárias mais bem posicionadas nas recentes pesquisas de intenção de voto, caso não passe para a próxima etapa deste pleito. "Não saí de casa para figurar numa campanha eleitoral, minha disputa é para valer e eu vou chegar ao segundo turno", disse, reiterando que o País está entrando na onda da razão.
Ao falar da adversária do PSB, Aécio disse que ela não tem condições para administrar o quadro complexo que o País vai enfrentar no ano que vem. "A situação é tão grave que o País precisa de alguém que coloque ordem na casa e eu não vejo em Marina as condições de fazer a sinalização adequada que estamos fazendo", disse, lembrando que foi o único presidenciável a anunciar o nome de seu ministro da Fazenda, o ex-BC Armínio Fraga. Além das críticas na seara econômica, o tucano atacou também a intenção da ex-senadora em criar a Rede. "Eu vou fazer a reforma política porque precisamos diminuir o atual número de partidos, é assustadora a proposta de Marina se permitir a criação de novos partidos." "Marina militou durante 24 anos no PT. E, neste período, ela se omitiu quando ocorreu a denúncia do mensalão, não me lembro dela ter se manifestado contra a velha política (naquele período). Somos aquilo que fizemos ao longo de nossa vida e Marina não gosta que lembrem que ela foi do PT." E advertiu: "As propostas de Marina não são para quem quer governar o Brasil."
Na entrevista, o tucano voltou a criticar duramente a condução da política econômica pelo governo da presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff. "O PT prefere administrar a pobreza a incentivar o crescimento da economia do País", frisou. E disse que o ano de 2015 já está precificado em razão dos equívocos cometidos pela atual gestão petista. "Se Dilma for reeleita, a retração dos investimentos será maior, pois ninguém sabe qual política econômica o governo irá adotar se Dilma for reeleita."
O candidato do PSDB falou que se for eleito irá acabar com o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) utilizado para a contratação emergencial de obras para a realização da Copa do Mundo de Futebol no País. "O RDC permite o descontrole do dinheiro público, este regime diferenciado de contratação criado para as obras da Copa do Mundo não é o caminho, pois permite o controle absoluto das empresas sobre os processos e, estamos fazendo obras sem projetos executivos", disse, destacando que o caminho para as obras públicas continua sendo a lei 8.666 (de 1993). "Esta lei é o caminho, podemos simplificá-la, mas não podemos tirar do Estado o seu poder de fiscalização e controle sobre o dinheiro público."
Ainda nas críticas, o presidenciável tucano disse que a gestão de Dilma Rousseff "demonizou o setor privado e as parcerias". E ironizou: "O sonho do brasileiro é morar na propaganda do PT, mas este não é o Brasil real."