Alvo de polêmica na reta final da campanha, a votação da CPMF foi explicada ontem por Marina Silva (PSB), segundo a qual o PT tenta confundir o eleitorado quando diz que ela foi contra a votação do tributo quando era senadora. O discurso foi uma reação às inserções veiculadas pelo Partido dos Trabalhadores no último final de semana, que mostra a socialista dizendo que foi favorável a aprovação, mas revela a votação contrária da presidenciável no Senado Federal.
Marina Silva explicou que quando a CPMF foi criada, o texto tinha seu aval, apesar de a bancada do PT, da qual ela fazia parte, ser contrária ao projeto. “A CPMF tramita desde 1993. Entrei no Senado em 95. No processo da comissão, o senador Antônio Carlos Magalhães propôs um fundo de combate. Eu propus estudar medidas de combate à pobreza. Fizemos o bom combate na comissão. Aprovamos a proposta e no plenário houve mudança no texto e os recursos (para o fundo) foram reduzidos pela metade. Aí sim votamos contrários”, ponderou.
Marina falou sobre a votação favorável do tributo no debate realizado no início do mês. Na ocasião, ela afirmou que nunca fez “oposição por oposição” e que, mesmo no governo do PSDB, ela, ainda no PT, foi favorável ao texto. As inserções do PT mostram essa declaração e a votação no Senado, alegando que a candidata que é contraditória.
A candidata sugeriu que a presidente Dilma Rousseff (PT) não entendeu a votação do texto e está modificando a verdade para atender interesses próprios. “Quem nunca foi vereador, deputado, senador e acaba virando presidente acaba fazendo confusão. O erro e mentira é quando você pega parte da verdade e deturpa para seus interesses”, disparou. A declaração foi dada em entrevista coletiva no município de Caruaru. A candidata ainda afirmou que, se eleita, uma das suas prioridades será a finalização das obras da Transposição do São Francisco e da Transnordestina.
FIDELIX
A presidenciável socialista ainda criticou as declarações do candidato Levy Fidelix (PRTB), que tiveram um viés homofóbico no último debate televisivo (ver matéria na página 8). Marina disse que o tom é “inaceitável” e que Rede Sustentabilidade irá questionar Fidelix na Justiça.