No segundo bloco do debate, a presidente e candidata à reeleição pelo PT, Dilma Rousseff, antes de responder a pergunta do candidato do PV, Eduardo Jorge, se não ficava triste com a morte de jovens que fizeram aborto, defendeu a ação de seu governo no caso Petrobras, destacando que o ex-diretor da empresa Paulo Roberto da Costa confirmou à CPI que, a pedido da diretoria da estatal, fez uma carta de demissão. "No tema corrupção, eu gostaria de fazer um esclarecimento. Foi dito que eu menti sobre a corrupção na Petrobras, mas foi o ex-diretor que fez a carta de demissão a pedido da diretoria, disse, dizendo que "é má-fé" negar os fatos.
Ao responder sobre a morte das jovens, disse que a legislação atual prevê interrupção da gravidez em três casos e nesses casos com autorização da gestante. Na réplica, Eduardo Jorge (PV) argumentou: "Eu acho que se a senhora se reeleger, eu gostaria que reconsiderasse e pelo menos pensasse em apoiar o PV em revogar essa lei machista que mata mulheres como Jandira (que morreu no Rio de Janeiro ao fazer aborto), eu peço que repense a legislação sobre o aborto."
Dilma questionou o presidenciável tucano Aécio Neves sobre a hipótese de privatizar o Banco do Brasil, Caixa, Petrobras e BNDES, um tema que levou o PSDB a ser derrotado nas urnas pelo PT no pleito que elegeu o ex-presidente petista Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de responder, o tucano voltou ao escândalo da Petrobras. "Faltou à senhora dizer quais foram os serviços prestados por Paulo Roberto Costa à Petrobras." E sobre a privatização dessas empresas, afirmou: "Imagine uma Embraer nas mãos do PT. Fizemos (governo tucano de FHC) as privatizações em setores que eram necessários. No nosso governo, a Petrobras vai ser devolvida aos brasileiros. Os bancos públicos não serão cabides de emprego." E ouviu a réplica da petista: "Vocês entregaram a Caixa e o Banco do Brasil em estado precário (para o governo petista)" e disse achar estranho "a leveza" com que o tucano tratava um tema tão complexo como a privatização de empresas públicas. Na tréplica, Aécio devolveu o ataque: "A indignação do povo é contra o aparelhamento de empresas públicas por seu governo, vocês entregaram nossa maior empresa e eu espero devolvê-la ao povo brasileiro."
Em seguida, Marina Silva (PSB) questionou Dilma Rousseff sobre o papel do Banco Central. "A senhora tem feito uma série de acusações sobre a autonomia do Banco Central, que a senhora defendeu na campanha de 2010 contra José Serra (PSDB). Qual Dilma está falando agora?" Na resposta, Dilma atacou: "A senhora está deliberadamente confundindo autonomia com independência. Independentes só são os poderes. Independência do Banco Central é dar um quarto poder aos bancos, sou a favor da autonomia. Ela tem que ser uma opção que os governos fazem em relação a uma política de combate à inflação. Sugiro que a senhora leia o que escreveram no seu programa." E emendou: "Quando se escolhe um presidente, se escolhe também uma política econômica."
Na réplica, Marina atacou: "Está falando a Dilma das eleições e não a Dilma das convicções. Por não ter sido nem vereadora e ter sido presidente da República, confunde os poderes". E ouviu de Dilma na tréplica: "Informo à candidata que a inflação está sob controle. Acho importante ela ler o que está no programa, até porque eu não tenho responsabilidade sobre isso. Quer dizer então, candidata, que quem não fez a carreira não pode ser presidenta? Essa crítica da inexperiência me surpreende em quem defende a nova política."
O Pastor Everaldo (PSC), o próximo a fazer perguntas, foi interrompido pelo mediador William Bonner ao tentar fazer uma pergunta sobre o PAC, que ele ironizou dizendo que era o 'programa do atraso do crescimento' e foi informado que tinha de perguntar sobre previdência, tema sorteado por Bonner. Na resposta, o candidato Aécio Neves disse que começou a discutir essa reforma na Granja do Torto, na gestão de Lula, quando era governador de Minas Gerais. "O Brasil tem um problema grave de previdência. Eu era governador em Minas Gerais, em 2006, e ali começamos a discutir um projeto viável, racional, para o sistema de previdência no Brasil. E avançamos. Infelizmente, o presidente da República (o petista Luiz Inácio Lula da Silva) arquivou esta proposta de reforma. Assim como arquivou todas as outras."