Papéis nas ruas e boca de urna marcam votação no Complexo da Maré

Local teve semana conturbada por conflitos armados entre facções rivais
Da ABr
Publicado em 05/10/2014 às 12:05
Local teve semana conturbada por conflitos armados entre facções rivais Foto: Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil


Depois de uma semana conturbada, com confrontos armados, o Complexo da Maré, na zona norte da cidade do Rio, teve um início de votação sem problemas. Apesar disso, havia muita sujeira, com panfletos de candidatos jogados pelo chão e pessoas fazendo boca de urna em ruas da comunidade.

Na Escola Municipal Bahia, maior local de votação da Maré, com 10.111 eleitores, a movimentação era grande por volta das 10h. Muitas pessoas tentavam descobrir o local exato de sua seção eleitoral dentro da escola. Filas se formavam do lado de fora das salas de aula, onde funcionam as seções.

Morador de Rocha Miranda, o representante comercial Fernando Soares enfrentou uma espera de meia hora para votar. “Neste ano, até que está sendo mais rápido. Teve uma vez que esperei duas horas para votar”, disse o eleitor.

Pessoas com deficiência enfrentaram problemas também para chegar às suas seções eleitorais, localizadas no segundo andar da escola. “Infelizmente, o elevador está parado. Não só eu, como outras pessoas, em cadeiras de roda, estão tendo que contar com a ajuda dos outros para subir a escada”, disse o morador da Maré Carlos José Alves, que tem uma deficiência nas pernas e anda com a ajuda de duas muletas.

Do lado de fora, a reportagem da Agência Brasil flagrou cabos eleitorais distribuindo panfletos de seus candidatos a eleitores próximo à escola. Na Avenida Brasil, um fiscal da Justiça Eleitoral, com o apoio da Força de Pacificação que ocupa o conjunto de favelas, encontrou um cabo eleitoral fazendo boca de urna e descobriu grande quantidade de material de campanha em seu carro.

Apesar de a escola ficar ao lado do quartel onde funciona o comando da Força de Pacificação, não havia nenhum militar posicionado no entorno do estabelecimento para garantir a segurança do local. Apenas dois agentes faziam o policiamento. Os únicos militares próximos à escola integravam um grupo de soldados que recolhia, com as mãos, panfletos de candidatos na calçada em frente ao quartel.

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