O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, disse nesta terça-feira (7), que confia em uma "reflexão mais profunda do eleitor" de Minas Gerais no 2.º turno para ampliar sua votação no Estado que governou por dois mandatos. No segundo maior colégio eleitoral do País, Dilma Rousseff (PT) teve 43% dos votos no 1.º turno ante 40% do tucano.
"Minha vida foi dedicada a Minas, meu trabalho é por Minas acima de tudo, e acho que eu tenho um conhecimento muito profundo do Estado. É uma oportunidade única que Minas tem pela frente. Por isso, minha convicção é que, na hora final, numa reflexão mais profunda do eleitor, eu terei a vitória em Minas Gerais, como espero ter em outros Estados brasileiros, como tive em São Paulo", afirmou Aécio em entrevista à rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.
Para tentar recuperar a vantagem de 400 mil votos de Dilma, o tucano reforçou a estrutura de sua campanha no Estado. Eleito senador, o ex-governador Antonio Anastasia assumiu o comando da campanha de Aécio em Minas. Derrotado no 1.º turno na disputa pelo governo estadual, Pimenta da Veiga (PSDB) não vai integrar a coordenação nem participar da campanha presidencial na fase final.
A campanha para a Presidência também herdou parte da estrutura de Pimenta, inclusive o comitê. Andrea Neves, irmã de Aécio, permanecerá em Minas no 2.º turno.
Pimentel
Ontem, na entrevista à rádio mineira, o tucano também prometeu, caso seja vitorioso, manter um "convívio republicano" com o governador eleito, Fernando Pimentel (PT). "Os mineiros fizeram uma opção para o governo do Estado e eu tenho que respeitá-la. Política é isso: você defende um caminho que acha mais adequado, como eu fiz, mas houve uma opção por Pimentel. Eu o cumprimentei desejando enorme sucesso em seu governo. É a democracia."
Em 2008, Aécio e o petista se aliaram para eleger Marcio Lacerda (PSB) prefeito de Belo Horizonte. "Sempre tivemos inclusive uma relação de amizade. Tínhamos campos políticos opostos, mas nunca deixamos de nos respeitar", disse.
Em Brasília, Pimentel, no entanto, voltou a fazer críticas aos tucanos mineiros, lembrando que a meta do PSDB era abrir uma vantagem de ao menos 2 milhões de votos sobre Dilma no Estado. O petista, ex-ministro do Desenvolvimento Econômico Indústria e Comércio Exterior de Dilma, venceu Pimenta da Veiga no 1º turno, encerrando uma hegemonia de 12 anos dos tucanos no Estado. Pimentel obteve 53% dos votos ante 42% do tucano.
"Em Minas, foi a derrota da arrogância e a vitória da humildade. Os nossos adversários falavam em números", disse Pimentel, que participou de uma reunião na capital federal da campanha de Dilma com aliados políticos e ministros.
Ele, contudo, evitou fazer prognósticos sobre a votação que a presidente pode alcançar no 2.º turno em Minas Gerais. "Não falo em número de votos ou porcentual", disse Pimentel ao chegar no encontro.
Na entrevista à rádio, Aécio repetiu que sua intenção no 2.º turno é juntar forças para "mudar a situação do País".
Apoios
"Recebi ontem com muita alegria a manifestação do Jarbas Vasconcelos (senador pelo PMDB de Pernambuco) e outros apoios que possam vir. Durante esta semana, teremos apoios expressivos" afirmou o candidato tucano.