Joaquim Barbosa reúne PSB para tentar sacramentar candidatura

De Pernambuco, Paulo Câmara e Geraldo Julio não devem apoiar, nem vetar candidatura presidenciável de Joaquim Barbosa
Paulo Veras e Luísa Farias
Publicado em 19/04/2018 às 7:01
De Pernambuco, Paulo Câmara e Geraldo Julio não devem apoiar, nem vetar candidatura presidenciável de Joaquim Barbosa Foto: Foto: Agência Brasil


O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa se reúne hoje com a cúpula nacional do PSB para tentar convencê-la a sacramentar sua candidatura presidencial. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, e o prefeito do Recife, Geraldo Julio, caciques da direção nacional do PSB, estarão presentes. Ambos jantaram com Barbosa há dois dias, em uma conversa descrita como “de aproximação”, mas de onde não teria saído compromisso, nem de o PSB de Pernambuco apoiar declaradamente, nem de vetar explicitamente uma candidatura de Joaquim.

“A gente não tratou desse assunto (da candidatura). Foi uma visita de cortesia, uma gentileza que o ministro fez com o governador”, afirmou Geraldo ontem. Questionado se o PSB de Pernambuco daria apoio à candidatura presidencial do jurista, o prefeito disse que ainda tem muita coisa para acontecer. “É um tempo de poder ver a disposição, o desejo, as ideias, a vontade para que a gente possa depois se posicionar. Coisa que o partido está só iniciando”, disse.

Os apoios de Paulo e Geraldo são importantes porque Pernambuco é um dos diretórios mais fortes no PSB. No Estado, porém, ainda há socialistas que resistem a uma candidatura presidencial de Barbosa. Um dos receios é que ela atrapalhe a aliança com o PT no Estado. O apoio do ex-presidente Lula (PT) pode ser decisivo ao projeto de reeleição do governador.

Em entrevista à Rádio Jornal ontem, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que o partido já tem “amplíssima maioria” favorável a candidatura de Barbosa, embora admita a existência de vozes dissonantes. Siqueira disse não ver qualquer dificuldade para com a candidatura presidencial em Pernambuco ou em São Paulo, os dois estados mais importantes. Mas fez um gesto aos governadores da sigla que tentarão a reeleição, como o paulista Márcio França, que busca o apoio do presidenciável tucano Geraldo Alckmin.

Aliança com o PT

“Tanto esses, quanto outros governadores, poderão receber mais de um candidato a presidência da República em seus palanques. Isso não seria nenhuma novidade. Creio eu que a candidatura de Joaquim Barbosa, se confirmada, todos vão querê-lo em seu palanque”, afirmou Siqueira. Em resposta a pressão do PT contra Barbosa, Siqueira reagiu dizendo que o PSB “não precisa de autorização de ninguém para tocar nosso próprio projeto”, mas abriu espaço para coligações estaduais com o PT que obedeçam os entendimentos locais.

No último final de semana, Paulo Câmara abriu espaço na agenda para receber, no Recife, o vice-presidente nacional do PT Alexandre Padilha, e cobrou uma definição mais clara da sigla sobre a aliança em Pernambuco. No Palácio do Campo das Princesas, o entendimento é que Paulo fez inúmeros gestos em direção ao PT, como tentar visitar Lula na prisão em Curitiba, mas a sigla ainda mantém pré-candidaturas como a da vereadora do Recife Marília Arraes. “Ninguém está botando a faca no pescoço. Mas também não vai admitir levar faca no pescoço”, descreve um socialista, em reserva.

Na avaliação de outro interlocutor do governador, Paulo deve ser menos enfático na defesa da candidatura de Barbosa para acomodar melhor aliados como o PDT e o PCdoB, que têm as candidaturas presidenciais de Ciro Gomes e Manuela D’Ávilla.

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