'Ninguém pode ser candidato sem querer', diz presidente do PSB sobre Barbosa

Após a decisão do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa de não ser candidato à Presidência, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, disse que "ninguém pode ser candidato sem querer". O dirigente informou também que a legenda deve se reunir nas próximas semanas para discutir se vai tentar viabilizar outra candidatura ao Planalto ou não.

"Não tem surpresa nenhuma. Desde o começo ele dizia que tinha dúvidas. Nos reunimos na semana passada por três horas e ele disse que tinha dúvidas. E ninguém pode ser candidato sem querer, é uma decisão pessoal e intransferível e respeitamos a decisão. A vida continua e vamos adotar nosso rumo", disse Carlos Siqueira em entrevista ao JC, na manhã desta terça-feira (8).

Após meses de especulações e articulações de bastidores, Barbosa anunciou sua decisão de não disputar o pleito deste ano, em sua conta no Twitter. "Está decidido. Após várias semanas de muita reflexão, finalmente cheguei a uma conclusão. Não pretendo ser candidato a Presidente da República", escreveu o ex-ministro, que havia se filiado ao PSB no final de abril.

Em Pernambuco, uma possível candidatura de Joaquim Barbosa poderia atrapalhar uma aliança entre PSB e PT. Ontem, o senador Humberto Costa chegou a admitir que a candidatura "gera dificuldade". Na contramão, Carlos Siqueira disse que a postulação de Barbosa ajudaria. "As alianças feitas nos estados são feitas em função das realidades locais e elas vão muito bem obrigado, não dependiam de ter ou não ter a candidatura", comentou.

DATAFOLHA

A ala do PSB que defende a candidatura de Barbosa ficou empolgada quando o ex-ministro apareceu em quarto lugar na pesquisa Datafolha, divulgada em abril, com 8% das intenções de voto no cenário com Lula candidato, atrás de Jair Bolsonaro (PSL), com 15%, e de Marina Silva (Rede), com 10%. 

Sem Lula na disputa, Barbosa passa a terceira colocação, com 9% das intenções de votos, empatado com Ciro Gomes. Fica apenas atrás de Jair Bolsonaro, com 17%, e de Marina, com 15%, que passa a ter empate técnico com o deputado do PSL e aparece como a principal beneficiada pela migração de votos do petista. No STF, Barbosa ganhou destaque ao ser relator do mensalão, que condenou 24 réus, entre eles o ex-ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu.