O desembarque do PDT, que migrou para a chapa do ex-deputado federal Maurício Rands (PROS), deve impor ao governador Paulo Câmara (PSB) um desafio adicional para fazer campanha em Caruaru, principal cidade do Agreste. Há quatro anos, quando disputou o governo pela primeira vez, o socialista tinha o apoio dos quatro principais grupos políticos da cidade. Os Lyra, saíram em 2016, quando a prefeita Raquel Lyra (PSDB) se elegeu pela oposição. Agora, deixam a Frente Popular o ex-prefeito José Queiroz (PDT) e o filho dele, o deputado federal Wolney Queiroz (PDT).
Caruaru é importante porque representa o quarto maior eleitorado do Estado. Tem 216,9 mil eleitores, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Vamos fazer campanha para Rands em Caruaru. É o nosso compromisso. Integramos a chapa com o PDT. E vamos trabalhar como pudermos (para elegê-lo)”, garantiu José Queiroz.
Como reação, o governo deve retirar o PDT da Secretaria de Agricultura. Desde a última sexta, o secretário Wellington Batista, nome próximo dos Queiroz, já colocou o cargo a disposição de Paulo Câmara. Até essa segunda-feira (6), ainda não havia definição sobre quem substituiria a sigla no cargo.
“Sem palanque em Caruaru, o governador não fica. Porque nós apoiamos Paulo Câmara. A campanha será feita por nós e pela deputada Laura Gomes, ao lado do ex-vice-governador Jorge Gomes”, explicou o deputado estadual Tony Gel (MDB), que é ex-prefeito do município. Ele e Jorge disputaram contra Raquel Lyra em 2016. O JC tentou ouvir a deputada estadual Laura Gomes (PSB), sem sucesso.
Quando a campanha de rua começar, depois do dia 16, é esperado que Paulo Câmara vá pelo menos duas vezes a Caruaru. A campanha do socialista também terá um comitê fixo na cidade para centralizar a ação da militância.
Ainda nesta semana, o governador deve ir ao Agreste, como parte das movimentações de pré-campanha. Na próxima sexta-feira, o socialista deve desembarcar em Santa Cruz do Capibaribe, em uma das primeiras agendas públicas ao lado do senador Humberto Costa, do PT, sigla recém-integrada à Frente Popular.
Enquanto a Justiça Eleitoral não libera a campanha de rua, Paulo Câmara deve focar em atos políticos no período noturno, organizados pelo PSB, onde evitará pedir voto, mas que servirão para pedir gás a militância. Ele já realizou atos do tipo no Recife, em Paulista, Abreu e Lima, Pesqueira e Barreiros.