Em entrevista ao Passando a Limpo, na Rádio Jornal, o presidente Michel Temer disse não ficar incomodado com o fato de Henrique Meirelles priorizar seus feitos no Banco Central e no governo Lula durante a campanha para Presidência da República, embora seja ex-Ministro da Fazenda do próprio Temer e candidato pelo seu partido.
"Ele não tem como dizer que não participou do meu governo, embora também tenha participado do governo do Lula e tenha feito um belíssimo trabalho", disse Temer.
Apesar da estratégia do candidato de se desvincular da imagem do presidente, Temer confirmou que Meirelles seria "naturalmente" a sua escolha de voto. "Meu partido é o MDB, não quero dizer que vou fazer campanha, até porque sou Presidente da República, mas o Meirelles é naturalmente o candidato", pontuou.
Perguntado se votaria no bancário mesmo se o candidato não quisesse seu apoio, o presidente riu e brincou: "Se ele fizer uma declaração de que ele não quer, aí eu vou repensar".
Além de Henrique Meirelles, candidatos à diferentes cargos nessas eleições vem evitado atrelar seus nomes à Michel Temer. Em Pernambuco, Armando Monteiro (PTB) e Paulo Câmara (PSB), ambos disputando o Governo do Estado, 'empurram' um para o outro esse vínculo com a imagem do atual presidente de maneira negativa, apontando contradições no adversário, enquanto tentam também se apegar à popularidade do ex-presidente Lula.
Sobre a vida após deixar o cargo de Presidente da República, Temer disse pretender se afastar da vida política e tirar uma "relativa aposentadoria". Por outro lado, disse ter muitos planos para escrever novos livros, inclusive sobre os "trancos e barrancos" do seu governo.
"Houve muitos equívocos e muitas falsidades", disse o peemedebista. "Quero passar a limpo para que essa historia recente possa registrar a verdade dos fatos", comentou.