O candidato Ciro Gomes se apresentou nesta quarta-feira (12), no Rio de Janeiro, como a alternativa de uma esquerda "com projeto" para evitar a "tragédia" da vitória da extrema direita de Jair Bolsonaro nas eleições de outubro no Brasil.
Ciro Gomes defendeu a construção de uma esquerda que deixe de "depender de uma personalidade extraordinária", um dia após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva designar Fernando Haddad para substitui-lo como candidato do Partido dos Trabalhadores (PT).
"Seria uma tragédia para a família brasileira colocar uma pessoa vesga, completamente hostil a nossas populações negras, aos nossos indígenas, às mulheres brasileiras, à população LGBTI, marcado pela intolerância, pela violência. Mas eu pretendo ganhar a eleição e proteger o Brasil dessa tragédia", declarou o candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT), 60 anos, durante caminhada pelo Saara, no centro do Rio de Janeiro.
"Se o Bolsonaro ganhar, coisa que eu peço a Deus que não deixe nosso pais sofrer essa tragédia, eu o cumprimentarei, desejarei a ele boa sorte porque respeito a democracia, e depois eu choro".
Bolsonaro lidera as pesquisas com mais de 24% das intenções de voto. Na segunda posição há um empate técnico entre Ciro, Marina Silva, Geraldo Alckmin e Haddad, em torno de 10%.
Ao ser perguntado sobre o que o distingue dos demais concorrentes, Ciro respondeu: "experiência, seriedade e projeto".
"A esquerda brasileira ficou excessivamente dependente de uma personalidade extraordinária. Mais um projeto de esquerda para uma nação completa como o Brasil não pode depender de uma personalidade só", declarou sobre Lula.
"Eu tenho a vivência, a experiência (...), lutei contra o golpe, tenho uma história de sucesso em politicas sociais, ganhei um prêmio mundial por combate à mortalidade infantil, ganhei todas as eleições no meu estado (Ceará) e acredito que isso me prepara para oferecer ao povo brasileiro uma alternativa".