Com as pesquisas indicando uma consolidação de votos a favor de Jair Bolsonaro (PSL) e o crescimento do petista Fernando Haddad, os candidatos à Presidência do PSDB, Geraldo Alckmin, e do PDT, Ciro Gomes, reforçaram neste domingo (16), o discurso de defesa do voto útil ainda neste primeiro turno das eleições.
Em pesquisa divulgada pelo Ibope na terça-feira passada, dia 11, Bolsonaro lidera com 26% das intenções de voto. Na sequência, aparecem Ciro Gomes, do PDT (11%); Marina Silva, da Rede (9%), e Alckmin (9%), configurando um empate técnico. Haddad tem 8%. Segundo a pesquisa encomendada pela Confederação Nacional de Transportes (CNT), divulgada nesta segunda-feira (17), Jair Bolsonaro lidera com 28,2% da intenção de votos. Logo em seguida, Haddad vem com 17,3%, Ciro com 10,8%, Alckmin com 6,1% e Marina com 4,1%.
Em campanha no bairro do Campo Limpo, na zona oeste da capital paulista, Alckmin afirmou que existem eleitores que declaram voto a Bolsonaro neste momento para tirar o PT do governo, mas a estratégia poderia se mostrar equivocada. "Pode ser o inverso, pode ser um passaporte para a volta do PT. Porque, no segundo turno, o Bolsonaro perde para todo mundo", disse.
Alckmin - que tem tido dificuldade para crescer nas pesquisas, mesmo com o maior tempo de TV, e voltou a ser pressionado por aliados a ser mais incisivo na campanha. Ele também foi questionado sobre a possibilidade de atacar Haddad, que tem subido nas pesquisas desde que substituiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (condenado e preso na Lava Jato).
"O que temos dito é que não é na bala nem com radicalismos da esquerda ou direita que vamos fazer a economia voltar a crescer", disse o tucano.
A exemplo do tucano, Ciro também pregou o voto útil. Durante caminhada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, ele afirmou que o brasileiro "não quer e não merece" um segundo turno para ter de decidir entre um "fascista", numa referência a Bolsonaro, e "as enormes contradições do PT". Segundo ele, o PT "só quer se perpetuar no poder". Por isso, teria feito alianças com os senadores Eunício Oliveira e Renan Calheiros, ambos do MDB. "O PT está fazendo isso de novo, não aprendeu nada."
"Quero unir o Brasil que produz e trabalha", disse Ciro, acrescentando que sua candidatura representaria uma alternativa para a "polarização odienta" que tomou conta do País. Sobre o crescimento de Haddad nas pesquisas, Ciro afirmou que "até a reta final, ainda haverá muitos momentos de emoção e viradas".
Já o candidato do PT participou de caminhada na região da Avenida Paulista. Em conversa com jornalistas, Haddad criticou o PSDB, mas sinalizou possibilidade de diálogo com os tucanos "depois das eleições 2018". "A autocrítica do PSDB é muito importante e constrói possibilidade de diálogo depois das eleições", afirmou. Haddad se referiu à entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo pelo senador Tasso Jereissati, ex-presidente nacional do PSDB e presidente do Instituto Teotônio Vilela, segundo o qual o partido cometeu "um conjunto de erros memoráveis".
Para Haddad, membros do PSDB "estão devendo sua posição em virtude do fracasso do governo Temer junto com o PSDB". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.