O candidato à Presidência pelo Novo, João Amoêdo, defendeu nessa quarta-feira (19) que seja feito um esforço para acabar a troca de apoio parlamentar por cargos no governo. “A primeira coisa é deixar de lado esse toma lá dá cá, o fisiologismo. E isso já começa durante a própria campanha. Quando alguns partidos estão fazendo alianças com partidos e figuras totalmente diferentes do ponto de vista ideológico, do ponto de vista de propostas, eles vão ter que pagar essa conta quando forem eleitos: um ministério para um, uma estatal para outro. Você já entra com a sua atuação muito limitada”, disse o candidato, ao participar da sabatina promovida pela revista Veja.
A revista convidou todos os candidatos com mais de 2% de intenções de votos na última pesquisa do Instituto Datafolha para participar da discussão. Ciro Gomes, do PDT, recusou o convite. Fernando Haddad, do PT, informou hoje que tinha incompatibilidade de agenda e o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, não obteve liberação dos médicos para participar por videoconferência.
Amoêdo disse ainda que é importante cortar os privilégios dos ocupantes de cargos públicos e que o presidente deve ser um exemplo disso. “Ao chegar no governo, cortar custos e privilégios. Não nomear ministros que são investigados. Nomear gente séria e competente. Você tem que dar, como presidente da República, o tom que a negociação existirá, mas em outro modelo”, ressaltou.
Caso se eleja, o candidato do Novo disse que pretende apresentar uma proposta de reforma da Previdência, destacando alguns pontos que vai apresentar: “Aumentar a idade para aposentadoria, igualar homens e mulheres. Tempo mínimo de contribuição. Desvencilhar o reajuste da Previdência do salário mínimo”. Com isso, segundo ele, a idade mínima para requerer o benefício será de 65 anos e o tempo de contribuição, de 40 anos. “E procurar ter mesmo critério para os funcionários da área pública e da área privada, que é onde a gente tem a grande distorção hoje’, acrescentou.
Amoêdo disse que é favor da liberação do porte de armas e contra a descriminalização das drogas, em um primeiro momento. “As pessoas deveriam ter, mediante certos critérios, direito ao porte de armas. Isso, no nosso entender, não é um plano de segurança. Não é isso que vai resolver o plano de segurança. A questão da segurança cabe ao Estado com uma série de outras medidas”, explicou.
Sobre as drogas, ele acredita que é preciso esperar e amadurecer o debate. “Vamos acompanhar essas experiências fora do Brasil. Ver a maturidade disso, os resultados efetivos e discutir o que pode ser feito depois de uma experiência bem-sucedida em um país das dimensões como a nossa”.