O Ministério do Meio Ambiente do recebeu nesta quarta-feira com "surpresa e preocupação" a decisão anunciada no dia anterior pelo governo eleito de Jair Bolsonaro de fundir essa pasta com o Ministério da Agricultura.
"Os dois órgãos são de imensa relevância nacional e internacional e têm agendas próprias, que se sobrepõem apenas em uma pequena fração de suas competências", afirma o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, em um comunicado.
A declaração alerta que a medida terá consequências negativas para o cuidado do meio ambiente e para a economia do gigante sul-americano.
Essas críticas estão em sintonia com as de ONGs ambientalistas que temem que a área ambiental do país mais megadiverso do mundo seja deixada para os poderosos interesses do agronegócio.
"Protegemos nossas riquezas naturais, como os biomas, a água e a biodiversidade, contra a exploração criminosa e predatória, de forma a que possam continuar cumprindo seu papel essencial para o desenvolvimento socioeconômico", afirma ainda o texto, que propõe um diálogo transparente e qualificado com o governo eleito no período de transição.
Na véspera, o presidente eleito Jair Bolsonaro, anunciou que pretende fundir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, uma das medidas mais polêmicas de seu programa.
"Agricultura e meio ambiente estarão no mesmo ministério, como desde o primeiro momento", disse Onyx Lorenzoni, que a partir de 1º de janeiro de 2019 será o ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro.
Segundo o programa, Bolsonaro planejava unir em um único ministério as áreas do governo que se ocupam de política econômica e agrícola, de recursos naturais e do meio ambiente rural.
Na reta final de sua campanha, o presidente deu sinais de que poderia não executar esta fusão, dizendo-se aberto a negociar o tema.