Em defesa do legado de Eduardo

Viúva Renata Campos convoca reunião da Frente Popular para injetar ânimo na campanha. Ela deve assumir liderança no processo político
Do JC Online
Publicado em 18/08/2014 às 7:00
Viúva Renata Campos convoca reunião da Frente Popular para injetar ânimo na campanha. Ela deve assumir liderança no processo político Foto: Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


A postura de Renata Campos no velório de Eduardo Campos surpreendeu a quem esperava ver uma mulher corroída pela dor. A tristeza pela morte do parceiro ficou em segundo plano diante da força mostrada para confortar os filhos, demais familiares e amigos. E a partir de agora a imagem da viúva do socialista será cada vez mais presente na política e diante dos pernambucanos. Renata convocou os integrantes dos 21 partidos que compõem a Frente Popular liderada até então por Eduardo para uma reunião que será realizada a partir das 10h na casa de recepções Blue Angel, no bairro da Madalena. 

O encontro bem que poderia ser festivo, já que ex-primeira-dama completa hoje 47 anos. Mas não será. A viúva conversará com os integrantes da Frente Popular para tratar do futuro. O evento tem o objetivo de injetar ânimo nos integrantes da Frente Popular. Presidentes de partidos, candidatos proporcionais e as principais lideranças políticas do Estado foram convocadas. A previsão é de que apenas Renata Campos, Paulo Câmara e Raquel Lyra discursem no evento. Raquel vai falar em nome do governador João Lyra Neto. “Ela (Renata) certamente vai liderar o processo político em Pernambuco porque tem as condições pessoais, políticas e morais para isso. Prova disso é que em meio a toda a dor convocou a reunião. É uma missão grandiosa”, destacou o deputado federal Raul Henry (PMDB), que também é o candidato a vice-governador pela Frente Popular.

A missão de Renata não será das mais fáceis. Com Eduardo um pouco mais afastado de Pernambuco para tocar a campanha presidencial, houve momentos de estremecimento na Frente Popular. As chances de debandadas ainda se tornam maiores quando se soma a lacuna deixada pelo ex-governador ao fato de que o candidato da coligação ao governo estadual, Paulo Câmara (PSB), não vai bem nas pesquisas de intenção de votos.

Para os integrantes da Frente Popular, apesar das dificuldades, esse é o momento de o grupo político mostrar unidade e defender o legado deixado por Eduardo Campos. Sileno Guedes, presidente estadual do PSB, ressaltou que a responsabilidade da Frente é ainda maior com a ausência do ex-governador. Ele lembrou da densidade política de Renata Campos e destacou que ela terá uma função estratégica a partir de agora. “Renata sempre foi presente e agora ela está com este mesmo espírito que a gente está aqui, de saber que nada foi à toa. A gente não pode sepultar (Eduardo) e achar que as coisas acabaram. Se fosse assim, teria sido tudo em vão”, afirmou. 

O sentimento de responsabilidade pela condução da Frente Popular está presente entre os principais líderes do partido. Candidato ao Senado pelo PSB, Fernando Bezerra Coelho disse que essa eleição é uma questão de honra. “Vamos construir uma grande vitória da Frente Popular”, afirmou para depois destacar o papel de Renata na condução do processo. 

Nome de confiança da Frente Popular, o ex-secretário da Casa Civil Tadeu Alencar destacou que o momento vai exigir ânimo da “tropa”. Ele destacou que essa seria a vontade de Eduardo Campos, caso ainda estivesse vivo. “É um momento que exige unidade mais unidade mais responsabilidade. Ele tinha o costume de dizer: ‘o trabalho começa hoje’. Disse isso na sua posse de 2011”, lembrou. 

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