A Polícia Federal intimou o candidato do PSDB ao Senado em São Paulo, José Serra, para depor sobre os contratos que manteve com empresas citadas nas investigações do cartel metroferroviário que operou no Estado entre 1998 e 2008. Serra foi governador de 2007 a 2010.
Reportagem publicada na quinta-feira (21) pelo jornal Folha de S. Paulo revelou que a polícia convocou Serra para depor na sede da PF, a fim de saber se o tucano, quando foi governador, atuou em favor da CAF e da Alstom, multinacionais suspeitas de integrar o cartel denunciado pela Siemens no acordo de leniência fechado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O depoimento de Serra está marcado para o dia 7 de outubro, dois dias após o primeiro turno das eleições.
Além dele, outras 44 pessoas foram intimadas a prestar depoimentos na PF, entre elas o ex-secretário dos Transportes Metropolitanos José Luiz Portella, o atual presidente da estatal Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Mário Bandeira, e o ex-presidente do Metrô Sérgio Avelleda. No inquérito conduzido pelo delegado Milton Fornazari Júnior, três das sete concorrências sob investigação foram realizadas no governo Serra.
Um e-mail de 2008 encartado ao processo que investiga o cartel e o depoimento de um executivo da Siemens sugerem, segundo os investigadores, que o tucano pressionou Portella para que a multinacional alemã desistisse de uma ação judicial que impediria a CAF de vencer uma licitação da CPTM. Serra não quis se manifestar sobre o caso na quinta-feira (21).
A Polícia Federal já indiciou seis suspeitos de integrar o esquema do cartel, entre eles ex-dirigentes da CPTM como João Roberto Zaniboni. Também são investigados ex-secretários do atual governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB). Todos negam irregularidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.