Em vídeo, Lula diz que o PT precisa ser respeitado

O ex-presidente afirmou que se a parcela que critica o PT conhecesse um pouco mais a história do Brasil compreenderia a importância da sigla
Karol Albuquerque
Publicado em 30/10/2014 às 17:24
O ex-presidente afirmou que se a parcela que critica o PT conhecesse um pouco mais a história do Brasil compreenderia a importância da sigla Foto: Foto: AFP


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em vídeo postado em sua página no Facebook, que as ofensas contra o PT durante o processo eleitoral ajudaram a disseminar o ódio. "Você pode disseminar a divergência, é próprio da democracia. Você pode não gostar do PT, mas tem de respeitar o PT", disse, no terceiro vídeo da série em que comenta as eleições 2014 e os rumos do Brasil a partir do próximo ano. 

Segundo o ex-presidente, no Brasil sem um governo petista "uma grande parcela da sociedade estaria marginalizada como sempre esteve". "Toda vez que aparece alguém disposto de cuidar do mais marginalizado, tem gente que não gosta, que fica com certo ódio" afirmou.

Lula lembrou a história do partido e afirmou que se a parcela que critica o PT conhecesse um pouco mais a história do Brasil compreenderia a importância da sigla. "Essa gente tem de compreender o papel importante que o PT fez para a democracia brasileira", ressaltou, apontando feitos do governo Lula-Dilma, como a inclusão de mais pobres nas universidades. 

O ex-presidente voltou a dizer que o objetivo do governo petista não é "tirar nada de ninguém". Ele ponderou, no entanto, que assim como os que "comem três vezes por dia, andam de avião e comem carne boa" o restante da sociedade brasileira também quer esses benefícios. 

Repetindo a linha que adotou durante a campanha, Lula disse que tem gente que se incomoda com o fato de um filho de uma doméstica estar no ensino superior e que isso está enraizado na sociedade brasileira. "Estamos vencendo um preconceito histórico preconceitos crônicos, não é de hoje. São coisas que a elite disseminou há muito tempo."

Sem citar o mensalão e o fato de ex-lideranças do partido estarem presas, Lula afirmou ainda que apesar de o PT ter "muito serviço prestado ao País", o partido tem que punir quem comete erros. "O PT precisa saber, na hora que o PT comete erros, na hora que o PT se mete em coisa que não deva se meter, que no governo petista temos que ser mais sérios que no governo tucano, e que nós temos que investigar. E que se tiver que ser punido o petista, que seja punido o petista", afirmou. 

VEJA - No início do vídeo, Lula diz que a revista Veja atuou como panfleto da campanha de Aécio Neves (PSDB). "Se você olhar a Veja como uma revista de informação, você fica muito nervoso pela quantidade de mentiras. Agora, se você olhar a Veja como um panfleto da campanha do Aécio, você sofre menos", disse. "Vi essa revista como um panfleto da campanha do Aécio, talvez o melhor panfleto da campanha do Aécio."

Para Lula, a publicação tentou dar uma cartada final ao antecipar sua tiragem que trazia acusações contra ele e a presidente Dilma Rousseff. "Ela achava que a partir das coisas que ela contou na revista poderia ganhar o processo eleitoral", disse. "Na verdade ela deu um instrumento para a campanha do Aécio trabalhar na imprensa escrita e televisada", completou. 

Ao afirmar que não lê a Veja há muito anos, Lula disse que não leva a publicação a sério e afirmou que ela já se definiu ideologicamente há muito tempo. "Ela odeia o PT, odeia o governo do PT. Em vez de ficarmos nervosos, irritados e todo mundo bravo a gente tem de ver o seguinte: a Veja é uma revista de oposição ao governo. Pronto, acabou."

Lula disse ainda que quando alguém faz "uma maldade" quer provocar reações ruins nas pessoas, mas que nesse caso ele não vai perder o sono. "Quando eles perceberem que a gente dormiu e não perdeu o sono, eles é que vão ficar acordado a noite inteira vão ter azia e vão ficar muito mal. É assim que eu trato eles", disse.

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